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Vereador do MBL é acusado de assediar professores

Em três meses de mandato, Holiday já se envolveu em diversas polêmicas e é investigado por suspeita de crime eleitoral

Imprensa SMetal
Reprodução/Facebook
Vereador do MBL tentou censurar conteúdo das aulas e foi denunciado ao Ministério Público e à Corregedoria da Câmara de São Paulo; contas de campanha de Holiday também estão sendo investigadas

Vereador do MBL tentou censurar conteúdo das aulas e foi denunciado ao Ministério Público e à Corregedoria da Câmara de São Paulo; contas de campanha de Holiday também estão sendo investigadas

Fernando Holiday (DEM), vereador de São Paulo e representante do Movimento Brasil Livre (MBL), tem se achado no direito de entrar em escolas municipais para fazer patrulhamento ideológico e exigir acesso aos conteúdos e métodos utilizados pelos professores em salas de aulas. Ele é acusado de constranger e assediar professores e funcionários durante as visitas.

A justificativa do vereador para a truculência é coibir suposta “doutrinação ideológica” nas escolas. Ele quer proibir professores e alunos de debaterem política no ambiente de aprendizado. Como nas ditaduras, Holiday quer censurar o ensino de história, sociologia e de exercício da cidadania política, entre outras disciplinas da área de Humanas.

O comportamento ilegal de Holiday é tema de representações junto ao Ministério Público e à Corregedoria da Câmara de São Paulo. As representações são de autoria do deputado estadual Carlos Giannazi (Psol), que é membro da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa.

Giannazi afirma que o vereador de direita cometeu também abuso de autoridade. “A atitude dele [Holiday] é ilegal. Ele não tem essa prerrogativa, como vereador, para fiscalizar a metodologia dos professores. Isso é abuso de autoridade, além de assediar e constranger os funcionários das escolas”, declarou o parlamentar para a Rede Brasil Atual (RBA).

“Ele não é supervisor de ensino, ele não tem formação para isso. O máximo que ele pode fazer é fiscalizar a estrutura física (da escola). Ele deveria se ocupar em denunciar o desmantelamento das salas de informática e brinquedotecas que o Doria está fechando”, denunciou o deputado, que afirmou também que, se for caracterizada quebra de decoro por parte do vereador, ele poderá perder o mandato.

O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) também repudiou publicamente os abusos e autoritarismo do vereador do DEM e do MBL na tentativa de censurar conteúdos curriculares e amordaçar profissionais do ensino.

Caixa 2

Em fevereiro deste ano, Fernando Holiday foi denunciado por utilizar Caixa 2 em sua campanha para vereador. Ele é suspeito de pagar cabos eleitorais com verbas não contabilizada e registrada perante à Justiça Eleitoral.

Durante entrevistas sobre a denúncia, Holiday chegou a se descontrolar ao ser questionado sobre a contradição de integrar um movimento (MBL) que dizia combater a corrupção quando Dilma Rousseff era presidente da República; e agora ele, como vereador, ser suspeito de utilizar recursos ilícitos em sua campanha.

Com base na denúncia contra Holiday publicada no Buzzfeed, o Ministério Público Eleitoral (MPE) atualmente investiga se o vereador do DEM e MBL cometeu fraude eleitoral.

Contas suspeitas

Para o promotor José Carlos Bonilha, que atuou como promotor eleitoral nas eleições municipais de 2016, o caso de Holiday deveria ser investigado pela Polícia Federal. “Há indícios de que houve ou uma omissão de informações que deveriam estar na prestação de contas, ou uma inserção de dados falsos. Mas isso é algo que precisaria ser investigado na esfera criminal, pela Polícia Federal, já que o prazo para questionamento da prestação de contas encerrou 15 dias após a diplomação do candidato”, afirmou o promotor ao portal UOL.

Com apenas três meses de mandato, Holiday já se envolveu em diversas polêmicas. Eleito com discurso anti-corrupção e anti-PT, ele afirma ser um negro e gay de direita, que repudia movimentos LGBT e por igualdade racial.

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