Busca
Luto

Trajetória de Chico Gomes é referência para a classe trabalhadora

Francisco Gomes lutou contra a ditadura, pela redemocratização do país e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), em Sorocaba

Imprensa SMetal
Arquivo/Foguinho

Chico é uma verdadeira referência para a classe trabalhadora, pois nunca abandonou seu ideal pela justiça e pela consolidação da democracia no país

Aos 84 anos de idade, Francisco Gomes ou Chico Gomes/Chico Véio, como era conhecido, morreu de parada cardíaca nesse domingo, dia 3, em Votorantim.

Ele deixou uma trajetória de luta pela liberdade e por uma sociedade justa com sua militância como ferroviário e líder sindical. Chico é uma verdadeira referência para a classe trabalhadora, pois nunca abandonou seu ideal pela justiça e pela consolidação da democracia no país.

Nos anos de chumbo (1964-1985) sofreu perseguição política por enfrentar o autoritarismo do Estado frente ao Sindicato dos Ferroviários, da Estrada de Ferro Sorocabana, em São Paulo e com sua participação ativa na Ação Libertadora Nacional (ALN), uma das organizações revolucionárias que combatia a ditadura.

Com o apelido Beduíno, Chico teve que ser exilado para não ser morto pela repressão, como viu acontecer com muitos de seus colegas. A partir de 1972 ele ficou um tempo no Panamá, Chile e outra parte em Cuba, retornando ao Brasil no dia 7 de setembro de 1979, testando a recém-oficializada Lei da Anistia.

Um trecho de sua trajetória foi contado em obras sorocabanas como o livro-reportagem “Ditadura e repressão em Sorocaba” (Linc, 2003) e no documentário “Beduíno” (2005), que pode ser assistido pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=Mn77VKsTwW8&feature=youtu.be

O jornalista Mário Magalhães, ex-ombudsman da Folha de São Paulo, entrevistou Chico Gomes em sua residência em Sorocaba, em 2005, para escrever a biografia de Marighella, líder da ALN.

Chico conviveu próximo a Marighella, ambos eram do PCB (Partido Comunista Brasileiro) quando discordaram sobre as estratégias de luta contra a ditadura e decidiram formar a ALN.

O livro é “Marighella” (Cia das Letras) e o capítulo sobre Beduíno está na terceira parte da obra, das páginas 384 a 391.

Assim que retornou à sua terra natal Chico lutou pela redemocratização do país e compromissado com a classe trabalhadora, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT), em Sorocaba.

Para a diretoria do SMetal, o legado de Chico é exemplo de luta e resistência contra o conservadorismo e contra as injustiças sociais. Um verdadeiro lutador do povo.

De acordo com sua esposa e companheira de partido, Márcia Azzini, Chico estava internado desde o dia primeiro de julho devido a uma hemorragia no estômago e por causa da perda de sangue o quadro se agravou e o coração não resistiu. Chico teve uma parada cardíaca.

Além da esposa, ele deixa os filhos Nanci, 54 Lígia, 50 e Bruno, 32. O corpo foi enterrado no cemitério Memorial Park.

tags
1964 Beduíno Brasil chico Ditadura faleceu ferroviario Francisco golpe gomes líder morre PT redemocratização trabalhador
VEJA
TAMBÉM