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Campanha Salarial

Trabalhadores conquistam acordo no G8.2, G8.3, Sindicel e Sindratar

Propostas da Campanha Salarial aprovadas sexta, 18, garantem 3,8% de reajuste salarial e renovação da CCT. Nos demais grupos (G2, G3, G10, Estamparia e Fundição) foram rejeitadas e negociação continua

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Assembleia geral da Campanha Salarial aconteceu na sexta-feira, dia 18, na sede do SMetal

Assembleia geral da Campanha Salarial aconteceu na sexta-feira, dia 18, na sede do SMetal

Em assembleia na última sexta-feira, dia 18, os metalúrgicos de Sorocaba e região aprovaram propostas da Campanha Salarial 2019 dos grupos G8.2 (Sicetel e Siescomet), G8.3 (Sinafer, Simefre e Siamfesp), Sindicel e Sindratar, que preveem 3,80% de reajuste salarial (3,28% do INPC mais 0,5% de aumento real), além da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Nos demais grupos (G2, G3, G10, Estamparia e Fundição), os metalúrgicos rejeitaram as propostas do patronal e aprovaram o prazo de até sexta-feira, 25, para que apresentem à Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP) novos acordos que atendam às reivindicações da categoria.

“Se até sexta-feira as bancadas patronais que tiveram as propostas reprovadas chegarem ao índice de 3,80% retroativos a setembro e a manutenção das cláusulas sociais, os trabalhadores autorizaram a assinar acordo. Caso contrário, vamos buscar acordos individuais por fábrica”, explicou Silvio Ferreira, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).

No grupo 10, que é formado predominantemente por pequenas e micro empresas e não assinam Convenção Coletiva a três anos, o Sindicato já está negociando por fábrica e tinha 36 acordos fechados (até a data da assembleia).

Segundo o presidente do SMetal, durante todo o processo de negociação da Campanha Salarial, que já dura mais de 135 dias, o Sindicato cumpriu o seu papel enquanto orientador e defensor da pauta dos trabalhadores. “Estivemos nas portas das fábricas mobilizando os metalúrgicos, convocamos empresas locais para reunião no Sindicato a fim de resolver impasses da Campanha, especialmente na defesa da Convenção Coletiva, entre outras ações”, lembrou.

De acordo com Leandro, a valorização dos salários é essencial, mas tão importante quando são as cláusulas sociais da Convenção Coletiva, que tem impedido que as empresas apliquem a Reforma Trabalhista e outras mazelas. “Um dos objetivos do patronal no início da Campanha deste ano era o de acabar com os direitos, mas com diálogo e muita luta, estamos conseguindo barrar mais esse ataque”, disse.

Retroatividade

No grupo 3 (de autopeças, parafusos e forjarias) e no grupo 2 (máquinas, equipamentos elétricos e eletroeletrônicos) até a assembleia geral na última sexta-feira, 18, a proposta do patronal era de 3,80% e manutenção dos direitos, porém o reajuste seria retroativo ao mês de outubro e não a setembro – como nos demais grupos – e foi reprovada.

O economista da subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba, Fernando Lima, demonstrou, durante a assembleia, o que significaria essa mudança na retroatividade nos salários dos trabalhadores. “O valor retroativo para um metalúrgico que ganha R$ 3 mil de salário é de R$ 114 por mês”, exemplificou.

Dificuldades nas negociações

O tesoureiro da FEM/CUT e diretor do SMetal, Adilson Faustino (Carpinha), descreveu aos trabalhadores presentes na assembleia sobre o processo de negociação da Campanha Salarial deste ano.

“Todo o desmonte nos direitos trabalhistas dos últimos anos, como a reforma trabalhista, terceirização irrestrita e a minirreforma, foi um energético para as bancadas patronais virem para cima dos benefícios da classe trabalhadora”, conta.

Segundo ele, o alto índice de desemprego e de informalidade no país, além do fim da ultratividade foram duas grandes dificuldades na Campanha Salarial, utilizados pelo patronal para desmobilizar a categoria em todo o estado de São Paulo.

“Com o fim da ultratividade nós perdemos uma importante ferramenta de proteção ao trabalhador, que garantia os direitos previstos na última Convenção Coletiva até que um novo acordo fosse assinado”, disse.

E completou: “Embora a questão econômica e a garantia de emprego é o que mais chama a atenção para o trabalhador, enquanto representantes da classe trabalhadora, não podemos deixar para trás os direitos duramente conquistados ao longo dos anos, com muita luta”.

Confira abaixo as propostas aprovadas:

Sindicel (G8.1)
– Proposta econômica com validade por dois anos. Para este ano, o reajuste é de 3,80%, retroativo a setembro. Para o ano que vem, o reajuste será o INPC mais 0,5% de aumento.
– Convenção Coletiva de Trabalho estendida até 31 de agosto 2021.

Grupo 8.2 (Sicetel e Siescomet)
– Proposta econômica de 3,80% por um ano, retroativo a setembro.
– Convenção Coletiva de Trabalho renovada por mais um ano, até 31 de agosto de 2020.

Grupo 8.3 (Sinafer, Simefre e Siamfesp)
– Proposta econômica de 3,80% por um ano, retroativo a setembro.
– Convenção Coletiva de Trabalho renovada por mais um ano, até 31 de agosto de 2020.

Sindratar (refrigeração, aquecimento e tratamento de ar)
– Proposta econômica de 3,80% por um ano, retroativo a setembro.
– Convenção Coletiva de Trabalho válida até 31 de agosto de 2020.

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