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Sorocaba sofre com epidemia de dengue. Veja cuidados a ser tomados

Casos da doença cresceram 67% em apenas uma semana, segundo dados divulgados pela Prefeitura

Fabiana Blazeck Sorrilha/Portal Porque
Divulgação/Prefeitura de Sorocaba

Eliminar os criadouros do Aedes aegypti é a principal forma de evitar que o município viva surto da doença.

Sorocaba registrou aumento de 67% dos casos de dengue em apenas uma semana. O cenário é de epidemia e preocupa as autoridades de saúde, especialmente com o aumento das ocorrências das chuvas. Esse cenário é quando há crescimento dos casos confirmados da doença durante quatro semanas seguidas, o que ocorreu em janeiro.

De acordo com dados divulgados pelo site G1, com informações da Prefeitura de Sorocaba, até terça-feira (30) havia 178 confirmações e outros 1.296 casos suspeitos da doença. Os casos do primeiro mês de 2024 já superam os de janeiro de 2020, quando a cidade decretou epidemia. Na ocasião, eram 104 casos da doença e 802 notificações até a primeira semana de fevereiro. O aumento da dengue cidade foi divulgado pelo Portal Porque no início desse ano, com o alerta de que o Brasil enfrentaria aumento significativo nos casos.

Em Sorocaba, os números de 2023 inteiro já apontavam crescimento de 319%, comparados a 2022, um importante indicativo que a doença se alastrava pela cidade. Os bairros de Sorocaba que registraram mais casos da doença no ano passado estão localizados nas zonas Norte e Oeste, onde há maior densidade de pessoas, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde.

Em setembro de 2023, a Secretaria Estadual de Saúde detectou que a densidade larvária na cidade já estava alta, chegando a 3,9%, ou seja, a cada cem casas visitadas, quase quatro delas teriam larvas do Aedes aegypti, medido conforme preconiza o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde. A classificação “satisfatória” ocorre quando o índice é inferior a 1%.

O documento emitido pela Secretaria Estadual da Saúde ainda orienta os municípios: “observa-se a sazonalidade da densidade do Aedes aegypti com aumento da infestação a partir do último trimestre do ano e ponto máximo da infestação no primeiro trimestre do ano seguinte”.

Ministério da Saúde alertou em novembro

Em nota informativa divulgada em novembro, o Ministério da Saúde reforçava os alertas de entidades científicas para uma onda de infecções que pode superar números históricos.  Para piorar o cenário, a escalada ocorreria com base em resultados que já representam recorde.

Além disso, o país passa por um aumento de casos da dengue tipo 3, para o qual a população tem pouca proteção, como ressalta a nota do Ministérios da Saúde. “É importante destacar a reemergência e a rápida dispersão do sorotipo DENV3 no território nacional, com alto número de indivíduos suscetíveis, torna o cenário epidemiológico ainda mais propício ao aumento da transmissão de dengue em 2024.”

Segundo o texto, o Brasil está frente à possibilidade de uma epidemia com maiores proporções já documentadas na série histórica. A análise também aponta para aumento da chikungunya em municípios de grande porte, altas taxas de ataque, sobrecarga dos serviços de saúde e óbitos.

Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou análise sobre impactos do calor excessivo na saúde das populações afetadas pelo fenômeno climático El Niño, entre eles o Brasil. A alta das arboviroses urbanas – doenças virais causadas por picadas de mosquitos – está entre os pontos de preocupação.

Como se proteger

De acordo com a médica infectologista Naihma Salum Fontana, o aumento de casos de dengue na cidade mostram a necessidade de proteção individual contra o mosquito e combate aos focos de água parada. Entre os principais fatores que as pessoas devem observar para evitar a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, a médica orienta a não deixar lixo aberto, sempre bem tampado, limpar terrenos baldios e evitar acúmulo de material de construção a céu aberto, mantendo com lona ou proteção. Além disso, uso de repelentes quando em áreas externas.

Além dessas dicas, há aquelas conhecidas pelo público mas que, nem sempre, são adotadas, como manter garrafas vazias ou baldes viradas para baixo; não deixar entulho no quintal ou nas ruas e varrer diariamente a água parada; cobrir as caixas d’água, poços ou piscinas e manter as calhas de água limpas e colocar terra ou areia nos pratos dos vasos das planta. “Também é necessário tampar os ralos pouco usados com um plástico, jogando água sanitária no cano duas vezes por semana, diminuir o número de bebedouros de cães, gatos e passarinhos e manter o aquário limpo e fechado e colocar telas de proteção nas janelas e mosquiteiros na cama para dormir”, reforça a infectologista.

Nahima reforça ainda que as ações atuais da Prefeitura devem ser constantes e abrangentes e, quando possível e após avaliação de um infectologista, as pessoas podem procurar se vacinar com a QDenga, disponível em Sorocaba em clínicas particulares.

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