Ao receber a informação de que a De Nora aplicou somente 4,5% de reajuste nos salários, sem negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), diretores da entidade foram até a empresa esclarecer para os trabalhadores que a proposta não atende à reivindicação da categoria.
Na assembleia, realizada nesta terça-feira, dia 31, o dirigente sindical Alessandro Marcelo Nunes (Marcelinho) informou ainda que vai pautar a metalúrgica para discutir melhorias no vale-transporte e no vale-alimentação, bem como a redução do valor que é descontado dos trabalhadores sobre os benefícios.
Segundo o dirigente, desde julho deste ano, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) tem tentado negociar com as bancadas patronais. Porém, os patrões não chegam a uma proposta digna, que atenda às reivindicações aprovadas pela categoria – que é prioritariamente por aumento real nos salários e renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
“Começamos então a discutir acordos por empresas. Só que quando a fábrica aplica somente o arredondamento da inflação nos salários e insiste em aguardar o patronal para fechar a Campanha Salarial, como na De Nora, geralmente é uma tentativa de desmobilizar os trabalhadores e, por isso, vamos cobrar também a discussão de outras pautas representadas na negociação”, enfatizou Marcelo.
Presente na assembleia, o secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito, lembrou que, nas negociações da Campanha Salarial, a De Nora está cadastrada no Grupo 2 – que se recusa a avançar nas negociações a nível de estado.
“Só que além da questão de reajuste nos salários e nos pisos, no Grupo 2 é necessário que se discuta a renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva, que perdeu vigência em agosto deste ano. Essas cláusulas protegem e ampliam os direitos dos trabalhadores, como auxílio creche, estabilidade pré-aposentadoria e em casos de acidente de trabalho, entre outras questões”, enfatiza.
No final da assembleia, os diretores do SMetal informaram que, ainda nesta terça-feira, será protocolada a pauta para incluir as discussões vale-transporte e no vale-alimentação nas negociações e deram o prazo de uma semana para que a empresa se manifeste sobre o assunto e apresente uma proposta.
“Os trabalhadores da De Nora se mostraram mobilizados para buscar essas melhorias e vamos deixar claro para a empresa que, caso a pauta não avance, voltaremos na porta da fábrica, mas desta vez para realizar protestos e até mesmo paralisações, se necessário for”, concluiu Marcelinho.
A De Nora tem cerca de 100 trabalhadores, fica na zona industrial de Sorocaba e fabrica eletrodos e sistemas eletroquímicos.