Os representantes de sindicatos metalúrgicos que atuam na indústria automobilística no Brasil, Argentina, México e Alemanha estão reunidos entre esta segunda e quarta-feira (11 a 13/04) na CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), em São Bernardo, para debater os desafios do movimento sindical e integrar ações diante da conjuntura político-econômica que impacta o setor automotivo nos quatro países.
A atividade é promovida pelo IG Metall (sindicato dos metalúrgicos da Alemanha), em parceria com a CNM/CUT, IndustriALL Global Union (Federação Internacional dos Trabalhadores na Indústria), as entidades sindicais da Argentina e do México, com apoio da FES (Fundação Friedrich Ebert).
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, sinalizou o apoio aos instrumentos de combate à corrupção em curso no País, desde que não sejam partidários e que punam os envolvidos sem precarizar as empresas e os trabalhadores. “As empresas envolvidas em escândalos não podem parar de funcionar porque há trabalhadores e relações trabalhistas que devem permanecer. Por isso não podemos deixar que dividam os movimentos sindicais. Precisamos aumentar o grau de solidariedade em nível internacional para tornar as condições de investimentos favoráveis”, disse.
LUTA GLOBALIZADA
Na avaliação do secretário de relações internacionais da IG Metall, Flavio Benites, deve haver um aprofundamento das estratégias para defender os postos de trabalho pensando no futuro do setor, aumento das discussões sobre o combate ao dumping social – prática de empregadores que viola direitos trabalhistas com o objetivo de conseguir vantagens comerciais e financeiras por meio da competitividade desleal do mercado -, além da retomada da economia brasileira.
“Na Alemanha, a conjuntura do Brasil é vista com preocupação, porque a perda de um mandato representa a não evolução do processo democrático, e isso é encarado internacionalmente com perda de credibilidade e confiança no mercado. Por isso estamos organizando a globalização de uma luta democrática por direitos e permanência dos postos de trabalho nas montadoras em todos os países envolvidos”, afirmou.
Durante o seminário, os acordos bilaterais do Brasil com a Argentina e México no segmento automotivo também serão analisados do ponto de vista das exportações, impacto deles na organização sindical e fortalecimento das relações governamentais de comércio exterior. “Os acordos precisam ser articulados e mantidos na intenção de complementar a produção, manter empregos e entender que trabalhador unido deixa a cadeia do setor mais forte para enfrentar dificuldades econômicas de qualquer país”, ponderou Jorge Almeida, secretário regional da IndustriALL Global Union para a América Latina.