Diretores do sindicato estiveram na porta da empresa no dia do acidente (sábado) e na terça, dia 18
O Sindicato dos Metalúrgicos realizou hoje (18), às 7h da manhã, uma assembléia com os trabalhadores da Nova Tamboré, em Sorocaba, onde no sábado ocorreu um acidente fatal de trabalho, que vitimou José Carlos da Silva, de 28 anos de idade. Na assembléia, os sindicalistas afirmaram que vão pedir ao Ministério Público do Trabalho (MTP) que investigue se as normas de segurança estão sendo respeitadas pela empresa.
O objetivo da assembléia foi tanto tranqüilizar os trabalhadores, colocando o Sindicato à disposição da família da vítima e dos demais funcionários, quanto para cobrar mais informações sobre o acidente por parte da empresa.
Os dirigentes sindicais também criticaram a Subdelegacia Regional do Trabalho (SDRT) de Sorocaba, que ontem realizou uma vistoria no local sem o acompanhamento do Sindicato.
O subdelegado do Trabalho, Vitório José Cattai, ficou sabendo da morte na Tamboré por volta das 11h de sábado, dia 15, através de um telefonema do coordenador da secretaria de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos, Jesael Anhaia.
Cattai, no entanto, disse a Jesael que não tinha pessoal disponível na SDRT para fazer a vistoria do local no dia do acidente. O representante do Sindicato pediu para acompanhar a vistoria assim que ela fosse marcada. No entanto, na segunda-feira, dois dias após a morte, a vistoria foi feita pela SDRT, mas o Sindicato não foi chamado para acompanhar a visita.
O acidente
O metalúrgico José Carlos da Silva, 28 anos, morreu no sábado, dia 15, às 7h, em conseqüência de um acidente de trabalho sofrido às 4h30 do mesmo dia na empresa Nova Tamboré, que faz extrusão de alumínio e está instalada no bairro Cajuru, em Sorocaba.
Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos souberam do acidente por volta das 10h de sábado, por uma denúncia anônima, e foram para a fábrica em seguida para obter informações.
O advogado da Nova Tamboré, Mauro Antônio Rodrigues, falou com os dirigentes sindicais Alex Sandro Fogaça e Izídio de Brito Correia pouco depois das 13h de sábado. O advogado afirmou que o acidente aconteceu quando José Carlos operava uma extrusora quando foi atingido no peito por um braço da máquina.
Ainda segundo o advogado da empresa, José Carlos foi atendido no Hospital Regional e o boletim de ocorrência (BO) foi registrado no Plantão Policial da avenida General Carneiro.
Atuação do Ministério Público
Em abril deste ano o Ministério Público do Trabalho puniu a empresa Metso por não proporcionar a devida segurança no trabalho. Em 2008, devido ao acelerado ritmo de produção, houve 4 acidentes graves com duas mortes na empresa.
Após investigação, a Metso assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público, onde, além de melhorias internas, a empresa se compromete a investir R$ 600 mil em projetos e programas voltados à segurança e à saúde dos trabalhadores do município.
A obrigação foi exigida pelo MPT como reparação por danos morais causados pela Metso à coletividade.
O investimento em programas será aplicado sem prejuízo das indenizações cabíveis a cada vítima de acidente.
