O rompimento de terça do torno quebrou a proteção de acrílico da máquina e atingiu o ombro do trabalhador da Hiter; acidente de trabalho aconteceu dia 11 de março
O Sindicatos dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) acionou, nesta quarta-feira, 16, a Gerência Regional do Trabalho para que seja realizada fiscalização na Hiter Controls, depois que um funcionário da produção sofreu um acidente de trabalho grave na semana passada. A diretoria do SMetal entrou em contato com a fábrica para apurar se as normas de segurança estão sendo cumpridas, mas os representantes da empresa pararam de responder a entidade.
De acordo com denúncias dos trabalhadores, na noite de sexta-feira, dia 11, durante a operação de um torno CNC, uma peça se rompeu e quebrou a proteção de acrílico da máquina, atingindo o ombro esquerdo do trabalhador. Ele foi imediatamente levado ao hospital, passou por cirurgia ortopédica para colocação de pinos e placas e teve alta nesta terça-feira, 15, para se recuperar em casa.
Assim que o Sindicato recebeu a denúncia sobre a ocorrência do acidente, no domingo, 13, o dirigente responsável pelas negociações com a empresa, Alessandro Marcelo (Marcelinho) entrou em contato com colegas de trabalho e representantes da Hiter em busca de mais informações. A entidade está acompanhando de perto a situação do metalúrgico e negociando para que a fábrica arque com todos os custos médicos do funcionário, inclusive dos medicamentos.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
De acordo com o dirigente, na manhã de segunda-feira, 14, o Sindicato protocolou uma solicitação formal de documentos relacionados à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). “Por sorte, o acidente com o trabalhador não foi fatal, mas é nosso papel cobrar que todas as medidas de prevenção e segurança sejam tomadas. Só que, até o momento, a única resposta que recebemos é que a solicitação seria averiguada pelos responsáveis e nada mais”, conta Marcelo.
O Sindicato recebeu a denúncia de que a empresa não possui CIPA desde de sua compra do grupo Pentair Valvese, em 2019, mesmo sendo obrigatório devido ao número de trabalhadores e grau de risco da produção. “Tentamos confirmar se a denúncia procede ou não e a resposta foi genérica, que isso também seria averiguado. Decidimos, então, acionar não só a Gerência Regional do Trabalho, como também entrar em contato com o Cerest, para que haja a devida fiscalização no local”, explica.
Em contato por telefone, a empresa alegou possuir brigada de incêndio, obrigatória para empresas com mais de 20 trabalhadores. Porém, a Hiter produz válvulas e registros, o que a enquadra como fábrica de grau de risco três e traz outras exigências, conforme as normas regulamentadoras (NRs) e os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt).
De acordo com a técnica responsável pelo setor de segurança e saúde do trabalhador do SMetal, Iara Ruzzinenti, por ter entre 81 e 120 trabalhadores e grau de risco três, a empresa é obrigada a ter CIPA com 2 membros titulares e um suplente eleitos, mais os indicados pela fábrica (NR5). Além disso, a NR4 também impõe a presença de um técnico de segurança em tempo integral no local de trabalho.
O Sindicato segue cobrando dos representantes da fábrica toda a documentação relacionada à CIPA e a CAT para que todas medidas necessárias referente ao acidente sejam tomadas. A Hiter Controls tem cerca de 120 trabalhadores e fica na avenida Jerome Case, na zona industrial de Sorocaba.
Denuncie
O dirigente Alessandro Marcelo lembra que toda empresa com mais de 20 trabalhadores, independentemente do tipo de risco, é obrigada a ter uma CIPA. “Infelizmente, vemos muitas metalúrgicas descumprindo a lei. O cipeiro tem um papel fundamental no local de trabalho, que é averiguar possíveis riscos de acidentes e informar à empresa para que medidas sejam tomadas. Zelar pela saúde e a segurança dos trabalhadores tem que ser a prioridade de qualquer patrão”, critica.
Caso a empresa na qual trabalha não possui Cipa ou esteja cometendo qualquer tipo irregularidade, o (a) metalúrgico (a) deve denunciar ao Sindicato pelos canais de comunicação: telefone (15) 3334-5400; WhatsApp (15) 99714-9534 ou pelo campo “Denuncie”, no Portal SMetal.
