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Sindicalistas exigem explicação para exoneração de gerente regional do trabalho

Sindicalistas exigem explicação pública do superintendente regional do trabalho, Luiz Antonio Medeiros, para esclarecer as motivações da exoneração do gerente regional, Ediclei José de Almeida, indicado pelo movimento sindical

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

Sindicalistas de Sorocaba e região protestaram na tarde desta quinta-feira, dia 2, em frente ao prédio do Ministério do Trabalho, no Alto da Boa Vista, contra a exoneração do gerente regional do trabalho, Ediclei José de Almeida.

A decisão, já publicada em Diário Oficial, foi tomada pelo superintendente regional do trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, sem a participação e sem a anuência do movimento sindical.

Os sindicalistas, de diversas centrais, em nome do Conselho Sindical de Sorocaba, aproveitaram a vinda do assessor direto de Medeiros, Ademar Fernandez Junior para questionar e exigir providências sobre a atitude, considerada por eles como desrespeito aos trabalhadores.

Junior comunicou a nomeação da ex-chefe de fiscalização do trabalho, Valquíria Camargo em substituição a Ediclei e ouviu as manifestações dos sindicalistas. Estes, exigiram uma reunião com o próprio Medeiros para esclarecer os motivos que geraram esse impasse, após o assessor justificar aos sindicalistas que a exoneração aconteceu por “quebra de confiança”.

O presidente do Conselho Sindical, Milton Sanches, argumentou durante a reunião com Junior, que Medeiros o movimento mantém o nome de Ediclei para o cargo, pelo trabalho desempenhado por ele. “Isso que o superintendente fez foi falta grave”.

Para o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e região, o vereador Izídio de Brito (PT), o conselho sindical de Sorocaba foi construído dentro de uma perspectiva maior que conseguiu superar as divergências para fazer lutas conjuntas e Ediclei compartilhava desse mesmo perfil. “Não há nada que desabone o trabalho dele. Pelo contrário, ele sempre se manteve próximo do movimento para resolver os problemas.

A construção que fizemos aqui é diferente de uma lógica patronal”, afirma.

Representando os servidores públicos municipais, Sérgio Ponciano se manifestou afirmando ter sido essa uma atitude antidemocrática e uma imposição de cima para baixo, contra o discurso de que Medeiros respeita o movimento.

O diretor do SMetal, Evanildo Amancio, o Miúdo, questionou ainda: “agora, o setor patronal está ditando as regras? Há conflitos internos? Medeiros tem que vir e dar explicação sim”.

Explicações

Junior disse que tentou contra argumentar com Medeiros sobre a exoneração, mas sem sucesso. Durante a reunião foi colocada a questão de que a decisão está relacionada com a atitude de uma empresa de Sorocaba, que teria feito uma denúncia à corregedoria do trabalho.

Depois disso, as manifestações tornaram-se ainda mais enérgicas. Izídio e outros sindicalistas, exigiram um esclarecimento real. “Não queremos indicar outro nome, não vamos fazer essa troca. Precisa-se saber o que realmente aconteceu porque senão corre-se o risco de qualquer pessoa que assuma o cargo corre o risco de ser pressionado ou ameaçado também pela superintendência”.

Por uma sede

Uma das possibilidades que tenha gerado a exoneração é a de que a tal empresa de Sorocaba – que desrespeita as leis ambientais e passa por cima dos direitos trabalhistas – tenha sido autuada pelo Ministério Público em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e de que a verba seria destinada à construção da sede própria do Ministério do Trabalho, em Sorocaba.

Há indicações de que Medeiros ficou insatisfeito em saber por meio de terceiros que essa verba seria utilizada para tal fim, sem o conhecimento dele. Mas, essa justificativa acabou sendo refutada após discussão.

“Todo TAC costuma ser utilizado para entidades ou órgãos públicos”, explica o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal), Alex Sandro Fogaça de Camargo. O coordenador do grupo de trabalho do Conselho Sindical, Joel Miguel da Silva, lembra que a gerência de Sorocaba tem duas caminhonetes e um veículo Gol provenientes de TAC´s.

Para que as reais motivações da exoneração sejam totalmente esclarecidas o assessor Junior agendou para o dia 15 de abril, às 14h, a vinda de Medeiros para Sorocaba.

Participaram da reunião representantes dos sindicatos dos metalúrgicos, do vestuário, da hotelaria, dos comerciários, dos servidores públicos municipais, químicos, construção civil e condutores.

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