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Sem vacina e medidas para recuperar a economia demissões vão crescer

200 mil mortos e o crescente número de casos: Brasil caminha para o caos com o aumento do desemprego e de pessoas na miséria; SMetal cobra manutenção de programa para preservar empregos e renda

Imprensa SMetal com informações da CUT Brasil
Roberto Parizotti/FotosPublicas
Desemprego deve aumentar sem benefício para o trabalhador

Desemprego deve aumentar sem benefício para o trabalhador

O Brasil atingiu, nesta quinta-feira, 7, a marca de 200 mil mortos pela Covid-19. A atualização foi divulgada pelo Ministério da Saúde. Desse total, 47.768 óbitos aconteceram no Estado de São Paulo, que também confirma mais de 1,5 milhão de casos da doença.

Além disso, o governo paulista anunciou o aumento de 4% das internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) entre a quarta-feira, 6, e a quinta-feira, 7. Diante desse cenário, o governador João Dória (PSDB) deve anunciar o endurecimento das restrições no estado, ao mesmo que tempo em que corta 12% de verbas destinadas para santas casas e hospitais filantrópicos.

A situação acontece num momento em que completa uma semana do fim do Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEPER). O programa foi criado pelo governo federal e garantia auxílio financeiro para os trabalhadores que tivessem redução de jornada ou suspensão de contrato e terminou em 31 de dezembro.

Acordos melhores para categoria

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) usou da medida para proteger a saúde, o emprego e a renda da categoria. Entre abril e dezembro de 2020, foram realizados cerca de 115 acordos de suspensão de jornada e redução de contrato.

O presidente do SMetal, Leandro Soares, enfatiza que o Sindicato garantiu nos acordos melhores condições do que as previstas pelo governo federal. “Buscamos garantir, além da manutenção dos postos de trabalho, o rendimento e os benefícios da categoria, dando a segurança que o trabalhador precisava para atravessar esse momento tão difícil”.

Em todo Brasil, o Ministério da Economia aponta que, no período, foram cerca de 9 milhões de suspensões temporárias e 11 milhões de reduções de salário, que variavam de 25%, 50% e 70% – este último índice de corte foi o mais usado pelas empresas. Os setores de serviços comércios e indústria foram o que mais usaram o programa, que teve um total de 20 milhões de acordo.

Sem BEPER desemprego deve crescer

Desde 31 de dezembro, quando terminou a vigência do BEPER, o presidente Jair Bolsonaro não sinalizou nenhuma medida para proteger empregos e renda. Pelo contrário, ele a veio a público dizer que “o país está quebrado e que não consegue fazer nada”.

Em entrevista à CUT Brasil, o professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit), José Dari Krein, afirma que a decisão do governo Bolsonaro pode levar milhões de trabalhadores ao desemprego após o período de estabilidade.

“O desemprego deve aumentar num prazo de tempo muito curto. Deveria haver uma forma de proteger a economia e, por isso sou favorável à continuidade do programa. O governo já acabou com o auxílio emergencial e agora também acaba com uma mínima proteção ao emprego”, diz.

Para Leandro Soares, a continuidade do benefício é fundamental. “Ao garantir o poder compra do trabalhador, a economia gira e, assim, os impactos da crise são minimizados. No atual cenário, é o único caminho para manter os empregos e, consequentemente, a renda da classe trabalhadora”.

O presidente do SMetal aponta ainda que é preciso um plano para recuperação da indústria. “Quando Bolsonaro diz que o país está quebrado, ele contradiz sua própria equipe econômica, que vinha falando em melhora da economia. É preciso que haja um projeto sério e eficaz de investimentos para recuperação da economia. Porque, do contrário, nessa situação e com o aumento de impostos, vamos ver muitas demissões e a miséria aumentando”.

O secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito, lembra que nem mesmo um plano de vacinação o Ministério da Saúde apresentou. “Enquanto dezenas de países já vacinam sua população, Bolsonaro faz piada sobre o assunto e não trabalha para garantir imunização para todos. Sem vacina, estamos à deriva, vamos perder empregos e, mais do que isso, milhares de pessoas podem morrer de fome”.

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