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Satúrnia

Sem FGTS, matéria-prima e perspectivas, trabalhadores param novamente

Empresa está em crise há mais de um ano e trabalhadores estão preocupados pela falta de perspectivas

Imprensa SMetalo
Foguinho/Imprensa SMetal
Trabalhadores no saguão da Câmara Municipal durante manifestação no Legislativo sorocabano em outubro do ano passado

Trabalhadores no saguão da Câmara Municipal durante manifestação no Legislativo sorocabano em outubro do ano passado

Os funcionários da Satúrnia, fabricante de baterias instalada na zona industrial de Sorocaba, entraram em greve novamente na manhã da última segunda-feira, dia 9. Na semana passada eles já haviam parado por três dias por falta de pagamento e falta de recolhimento de FGTS.

Na sexta-feira, dia 6, porém, o pagamento foi feito e os trabalhadores voltaram ao trabalho. Mas na segunda, como o FGTS não havia sido resolvido e a empresa continua sem perspectivas, inclusive sem matéria-prima, os funcionários voltaram a entrar em greve.

Até o momento a direção da fábrica não procurou o Sindicato para negociar.

Crise sem fim
A Satúrnia, líder de mercado no seguimento de baterias industriais e de submarino, vive uma crise sem precedentes desde o começo do ano passado, quando reduziu o quadro de funcionário de 170 para cerca de 100 trabalhadores.

Em meados de 2011 a empresa chegou a cortar o convênio médico e o transporte e deu férias coletivas aos funcionários. Diante da crise, diversos trabalhadores entram na justiça para pedir rescisão indireta do contrato de trabalho.

Os trabalhadores, desde então, também têm feito uma série de manifestações para chamar a atenção da sociedade para a crise da fábrica. Eles já protestaram em frente à empresa, na Câmara Municipal, nas ruas do centro de Sorocaba e em Valinhos, em frente a Eaton, empresa que revendeu a Satúrnia ao Grupo ALTM em 2006.

Histórico
Líder de marcado por quase 80 anos, até o final dos anos 90, a Satúrnia chegou a empregar aproximadamente 400 pessoas. Em 2004 começou o sucateamento, quando a fábrica foi vendida à Eaton, grupo de capital norte-americano.

Em dois anos, até 2006, a Eaton fechou a linha de montagem de nobreak e o transferiu para a unidade que o grupo já mantinha e Valinhos, região de Campinas.

Naquele mesmo ano, com um passivo de aproximadamente R$ 60 milhões, a Satúrnia foi vendida por R$ cerca de R$ 30 mil para o grupo ALTM, um prestador de serviço no estado do Rio de Janeiro.

“A impressão que se tem é que a Eaton vendeu a Satúrnia [ao grupo ATLM] com a única finalidade do novo comprador fechar a fábrica. Dá-se a impressão de que houve esse acordo”, diz o dirigente sindical e funcionários da Satúrnia Alex Sandro Fogaça.

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