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Editorial

Reforma da Previdência: outro golpe dentro do golpe

O editorial da Folha nº 887 trata das ciladas que o governo Temer (PMDB) prepara para a população. A Reforma da Previdência está para ser votada e poderá prejudicar ainda mais os trabalhadores

Imprensa SMetal
Charge do Latuff sobre a cilada preparada por Temer

Charge do Latuff sobre a cilada preparada por Temer

Existe um risco muito sério da Reforma da Previdência, elaborada pelo governo ilegítimo de Temer, ser votada pela Câmara dos Deputados ainda este ano. Mais uma vez, a decisão pode ocorrer à toque de caixa, deixando a população à deriva, sem saber ao certo se terá ou não algum direito garantido em lei no ano que vem e pelo resto de suas vidas e de seus familiares.

Como aconteceu com a MP da reforma trabalhista, novamente Temer apresentou ao Congresso e à imprensa, na semana passada, uma versão falsamente “menos prejudicial” da reforma da previdência. E de novo isso é uma mentira.

Os prejuízos principais à população assalariada continuam todos lá. Para se aposentar com benefício integral, por exemplo, ainda serão necessários 40 anos de contribuição.

Para o governo que chegou ao poder de forma traiçoeira, não bastou cortar investimentos em saúde e educação por 20 anos, não bastou liberar a terceirização na atividade fim das empresas, não bastou mutilar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) com a reforma trabalhista. Agora Temer e seus apoiadores querem tirar direitos de aposentados, pensionistas e trabalhadores que usam a Previdência em caso de doenças.

Caso mais essa medida seja aprovada, sabe-se lá o que pode vir em 2018.

As contribuições de cada um de nós para evitar um novo estrago nos já reduzidos direitos dos trabalhadores brasileiros são as seguintes: 1. A população se mobilizar e participar de protestos contra a reforma; 2. Procurar urgente os deputados da região e exigir que eles votem contra a reforma.

Os deputados federais que se elegeram com votos da Região Metropolitana de Sorocaba são: Vitor Lippi (PSDB) e Jefferson Campos (PSD) de Sorocaba; Herculano Passos (PSD) e José Olímpio (DEM) de Itu; e Guilherme Mussi (PP) de Itapetininga.

O tucano Lippi, por exemplo, votou a favor de todas as medidas de Temer para retirar direitos sociais e trabalhistas da população. Os demais, quase sempre votaram com Temer ou, especialmente Jefferson Campos, se ausentam de votações.

Os golpistas têm tanta certeza da falta de reação popular que nem disfarçam mais a compra e venda de votos para aprovar projetos antissociais.

Vários jornais noticiaram, na semana passada, que Temer prometeu um total de R$ 14,5 bilhões, retirados dos cofres públicos, aos parlamentarem que aprovarem a reforma da previdência. E isso é só o começo. Mais uma dinheirama será reservada para financiar projetos de governadores e prefeitos a fim de que, em troca, convençam seus colegas de partido a votarem a favor da reforma.

Numa clara demonstração de predisposição para tirar mais direitos nossos, no dia 23 deste mês os deputados e senadores aprovaram um gasto adicional de R$ 99 milhões em publicidade pró-reforma da Previdência. Dinheiro nosso usado para engordar os cofres dos grandes veículos de comunicação, como a Globo, e tentar nos convencer que é bom não ter direito nenhum.

Se nada fizermos, seremos responsáveis pelo desmonte da legislação social, trabalhista e previdenciária no Brasil. Além de arcarmos com os riscos e prejuízos imediatos, as gerações futuras irão nos culpar, com razão, pelo caos em que iremos atirá-la.

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