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Prefeito e sindicalista trocam acusações

O prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) fez pesadas acusações contra o ato da CUT de repúdio à terceirização no dia 15; o presidente do SMetal rebateu à altura o destempero do governante municipal

Jornal Cruzeiro do Sul
Luiz Setti/JCS

‘Sequestro’, diz Pannunzio; ‘Homicídio’, rebate Terto

Uma troca pesada de acusações envolveu o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Ademilson Terto da Silva, a propósito do protesto que paralisou Sorocaba por algumas horas. Pela manhã, falando à imprensa na inauguração do centro de monitoramento da dengue da zona norte, Pannunzio comparou o desvio de ônibus fretados a um “sequestro”. Embora reconhecendo a legitimidade do protesto, o chefe do Executivo apontou que os sindicatos não comunicaram antecipadamente a paralisação. e, especificamente sobre os ônibus fretados, opinou: “Não sei se é exagero usar esse termo, mas comparo essa atitude a um sequestro.”

A resposta do sindicato foi dada por meio de nota à imprensa, à tarde. “Ao classificar como “sequestro” a mobilização sindical realizada nesta quarta-feira, dia 15, que foi idêntica a muitas outras já realizadas na cidade e no País, o prefeito abre parâmetro para ser acusado por “homicídio”, visto que 15 pessoas morreram na cidade desde o início no ano, vítimas do descaso da administração dele na prevenção à dengue e ao caos que se instalou no sistema de saúde do município”, diz o texto. A nota também acusa Pannunzio de promover a terceirização de setores como a coleta de lixo e a merenda escolar, gastando “três vezes mais verbas públicas do que deveria com esses serviços” (Da Redação, com informações de Sabrina Souza e Anderson Oliveira)

Imprensa SMetal:

Confira a íntegra da nota do Sindicato

NOTA PARA A REDAÇÃO DO JORNAL CRUZEIRO DO SUL E RÁDIO CRUZEIRO FM

O prefeito de Sorocaba, Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), como autoridade que representa o Poder Executivo do município, deveria ser mais ponderado e tomar cuidado com os termos que usa em público.

Quando a manifestação pública interessa ao partido do prefeito, ele e seus aliados apóiam e exaltam o exercício da democracia. Quanto o ato público não convém aos interesses partidários dele, ele criminaliza o movimento por meio de declarações estapafúrdias.

Ao classificar como “sequestro” a mobilização sindical realizada nesta quarta-feira, dia 15, que foi idêntica a muitas outras já realizadas na cidade e no País, o prefeito abre parâmetro para ser acusado por “homicídio”, visto que 15 pessoas morreram na cidade desde o início no ano, vítimas do descaso da administração dele na prevenção à dengue e ao caos que se instalou no sistema de saúde do município.

Se somarmos as incontáveis mortes que aconteceram em Sorocaba nos últimos anos devido à falta de leitos, de equipamentos e de especialistas – especialmente nas áreas de oncologia, neurologia e cardiologia – a responsabilidade do governo municipal chega à beira do assassinato em série.

Entendemos que o tema terceirização cause descontrole emocional no prefeito Pannunzio. Afinal, por ele e o antecessor dele [Vitor Lippi, também do PSDB] terem promovido a terceirização da coleta e destinação do lixo e também da merenda escolar em Sorocaba, ele gasta três vezes mais verbas públicas do que deveria com esses serviços.

Enfim, com a terceirização do lixo e da merenda escolar, o governo municipal gasta mais, as empresas lucram mais e os trabalhadores ganham menos. Essa é a lógica que marca a administração Pannunzio e que, quando exposta, causa a ele tamanho destempero verbal.

Ademilson Terto da SilvaPresidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

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acusações antonio carlos pannunzio PSDB sindicatos dos metalúrgicos de sorocaba e região SMETAL Sorocaba
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