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Editorial

Palavra da Diretoria – Gigante insone

O gigante Brasil sempre teve insônia. Milhões lutaram; apanharam e foram presos injustamente; muitos morreram para manter o País bem acordado. O sacrifício não foi em vão

Imprensa SMetal

O gigante Brasil sempre teve insônia. Milhões lutaram; apanharam e foram presos injustamente; muitos morreram para manter o País bem acordado. O sacrifício não foi em vão. Esta nação continental hoje é reconhecida no mundo por caminhar para frente, batalhando por justiça social, estabilidade econômica e fortalecimento da democracia.
Quem tem consciência dessa trajetória secular dos brasileiros sabe que é muita pretensão dizer agora que “o gigante acordou”.

Muitos jovens que estão saindo às ruas para se manifestar são legítimos herdeiros dos guerreiros do passado. Outros, porém, talvez inconscientemente, disseminam o discurso e as intenções daqueles que oprimiram todos os movimentos sociais até um passado bem recente.

Uma das intenções dos opressores é desestabilizar um modelo de governo democrático- popular iniciado pelo primeiro presidente operário da nossa história (Lula) e aprimorado pela primeira mulher presidente (Dilma) do Brasil.

Muitos brasileiros estavam acordados quando, de cara limpa, participaram de revoltas e manifestações populares como Tamoios (1555), Guaranítica (1750), Cabanagem (1834), Sabinada (1837), Praieira (1848), Canudos (1896), Revolta da Vacina (1903), Coluna Prestes (1923) e Guerrilha do Araguaia (1967), entre outras. Alguns desses movimentos duraram vários anos.

Na história mais recente, tivemos as greves que desafiaram a ditadura militar no final dos anos 1970, as Diretas Já em 1984, a Constituição de 1988, os protestos antinucleares do final dos anos 80, o impeachment de Collor em 1992, as marchas sindicais, estudantis e dos trabalhadores sem terra, as manifestações contra a Emenda 3.

Desde o início dos anos 1980, o PT e a CUT, juntamente com outros movimentos e partidos de esquerda, são fundamentais em todas as lutas sociais por justiça, liberdades democráticas e melhores condições de trabalho e de vida neste País. Merece repúdio, portanto, a tentativa de expulsá-los das ruas como aconteceu em alguns protestos recentes.

Passadas todas essas batalhas, sabemos que temos outras pela frente. Mas não será a grande imprensa, representante da burguesia neoliberal, que vai dirigir essas batalhas. Pois essa mídia sempre criminalizou os movimentos populares.

É nítido que o noticiário tenta dar um tom de oposição ao governo federal aos protestos, quando na verdade eles reivindicam aquilo que nós também queremos: ainda mais avanços sociais e o fim da histórica corrupção no Brasil.
A burguesia neoliberal e seus meios de comunicação sabem que temos avançado nos últimos 10 anos, mas eles omitem ou deturpam as boas notícias. Há um ar de golpismo na conduta da mídia.

Muitas manifestações recentes são legitimas e contam com o nosso apoio. Mas temos que tomar cuidado com a manipulação de atos públicos por gente que tem saudades do neoliberalismo e da ditadura.

Não acreditamos que os jovens de hoje queiram envelhecer em um Brasil totalitário ou neoliberal.

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