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Editorial

Palavra da Diretoria – A pedagogia do exemplo

A corrupção é um ato que todos repudiam, mas que está nas entranhas da sociedade e não apenas delimitada às esferas do setor público e/ou político. Ela acontece também em ações cotidianas

Imprensa SMetal

A corrupção é um ato que todos repudiam, mas que está nas entranhas da sociedade e não apenas delimitada às esferas do setor público e/ou político. Ela acontece também em ações cotidianas que não ganham repercussão midiática e está mais próxima do que se imagina.

Pela definição nominal, o termo vem do latim corruptio que significa decomposição, putrefação. A prática da corrupção está nas iniciativas privadas, em setores administrativo, de compra e venda, envolvendo também as pessoas jurídicas, ou seja, o relacionamento entre empresa-empresa.

Não se pode dar aquele “jeitinho brasileiro” para se ter privilégios, nem no setor público nem no setor privado. É muito fácil criticar os casos de corrupção que ganham repercussão nacional, ainda mais contando com a ‘espetacularização’ da notícia.

Mais difícil é conter os atos de corrupção nos micro-espaços da vida privada, naquela tentativa de subornar o guarda, o policial, ou dar aquela “carteirada” para ter acesso a espaços restritos, ou ainda naquele jabá promovido nas rádios, nos programas de TV. Seja lá o nome que tiver, essa prática deve ser condenável se desejamos viver em uma sociedade realmente democrática.
Assim como é condenável também julgar que todos os políticos são corruptos ou que o povo brasileiro não tem mais jeito. Generalizações desse tipo não fazem avançar a democracia na sociedade. Pelo contrário, apenas desmoraliza o processo político.

É muito cômodo, por exemplo, gritar da janela do apartamento de um bairro nobre da cidade, acusando um político ou outro de corrupto e de xingamentos de baixo nível. Faz sentido sim, fiscalizar as atuações dos mandatos, cobrar e reivindicar pelos direitos de maneira civilizada e democrática.

É justo reivindicar, lutar por uma sociedade melhor, mas só pode progredir uma sociedade que tenha cidadãos conscientes de que suas ações são baseadas na ética, no compromisso com a coletividade. Muito diferente de sair gritando ou batendo panela por individualismo ou baseados em interesses pessoais.

Durante o seminário sobre reforma política que a CUT promoveu no dia 4 deste mês, no Senado, o embaixador brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães, ressaltou que uma das formas de manter o povo distante do debate sobre política é, justamente, convencê-lo de que a atividade política é ruim, corrupta e corruptora e, assim, desmotivá-lo a participar do processo político.

É preciso participar verdadeiramente, deixando de reproduzir falas prontas e clichês espalhados por ventos nada confiáveis. Para fortalecer e consolidar a democracia não basta fazer barulho, precisam-se de argumentos sólidos e de muita mobilização.

Para acabar com a corrupção é importante olhar em volta na educação que se dá para o filho, no dia a dia do trabalho, porque a melhor pedagogia é a do exemplo.

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