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Os riscos da despolitização

Em análise da apuração de outras cidades do estado de São Paulo é possível constatar que o fenômeno de "despolitização" dos eleitores não é exceção na região de Sorocaba

Imprensa SMetal

De acordo com a apuração oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de cem mil eleitores de Sorocaba deixaram de depositar nas urnas seu voto para prefeito e vereadores nas eleições do último domingo.

Dos 427.542 eleitores considerados aptos pela Justiça Eleitoral a votar, 67.189 eleitores (15,72%) se abstiveram enquanto 12.879 (3,57%) optaram por votar em branco. Além disso, outros 20.110 eleitores (5,6%) anularam os votos na urna. Na votação para vereador, o número de brancos e nulos foi ainda maior.

Em análise da apuração de outras cidades do estado de São Paulo é possível constatar que o fenômeno de “despolitização” dos eleitores não é exceção na região de Sorocaba, e, sim, uma tendência acentuada nos últimos anos.

O crescente desinteresse da população brasileira em participar do processo político tem se manifestado não apenas na urna, mas também ao longo de todo o processo eleitoral, no esvaziamento de debates outrora acalorados e no desinteresse do eleitor em dialogar com candidatos e mandatários.

São várias as hipóteses lançadas para compreender o sofisticado e preocupante processo de despolitização dos eleitores brasileiros. Entre esses indícios de respostas está a imagem desacreditada e desgastada dos atuais agentes políticos, difundida e reproduzida diariamente pela “velha mídia” brasileira, que, embora se auto-intitule defensora da democracia, apoiou e serviu os militares e enriqueceu à custa da Ditadura.

Outra parcela de resposta para o fenômeno de despolitização é ainda mais incongruente. Pois, é consequência do “novo Brasil”, iniciado pelas políticas econômicas e sociais bem sucedidas do presidente Lula. Essas políticas, continuadas pela presidenta Dilma, foram decisivas para o atual momento de estabilidade econômica, aumento de renda e poder de compra do trabalhador, pleno emprego e elevação da qualidade de vida.

A incongruência, porém, está exatamente no fato de boa parte da classe trabalhadora, agora beneficiada pelas transformações do primeiro presidente popular do país, acabar se isentando da participação política nas cidades aonde vivem. E pior, substituindo as históricas reivindicações e lutas nas ruas por alienação e consumo em shoppings centers.

Obviamente, a decisão de se abster do processo eleitoral é também um ato político e deve ser respeitada. No entanto, a nossa classe trabalhadora tem o dever de se lembrar que, em um passado recente na nossa história, uma incansável luta foi travada por nossos companheiros, para que hoje nós pudéssemos exercer o direito de eleger representantes do povo, em defesa de avanços e direitos que toda a classe trabalhadora merece.

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