Busca
Artigo

Não engane: Temer não recuou; ele tenta te vender o razoável

Em artigo divulgado quarta-feira, dia 12, o ex-vereador e dirigente sindical do SMetal, Izidio de Brito Correia, afirma que o recuo de Temer sobre alguns itens da Reforma da Previdência é jogo de cena

Izidio de Brito
Foguinho/Imprensa SMetal
 Izídio de Brito Correia é dirigente sindical do SMetal e ex-vereador de Sorocaba

Izídio de Brito Correia é dirigente sindical do SMetal e ex-vereador de Sorocaba

Em artigo divulgado nesta quarta-feira, dia 12, o ex-vereador de Sorocaba e dirigente sindical do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Izidio de Brito Correia, afirma que o recuo de Michel Temer sobre alguns itens da Reforma da Previdência é jogo de cena.

Para ele, o trabalhador precisa se manter firme e continuar nas ruas para derrubar os retrocessos apresentados pelo governo federal. “É agora que devemos, mais do que nunca, ir às ruas. Temos que dar volume aos gritos de insatisfação com a trairagem dos golpistas e governistas oportunistas, até que eles ecoem nos corredores de Brasília”, assegura.

Confira abaixo a integra do artigo do metalúrgico e ex-vereador, Izidio de Brito.

Não engane: Temer não recuou; ele tenta te vender o razoável

Não se engane na Reforma da Previdência: o recuo de Temer é jogo de cena. O que o governo federal tenta fazer é vender o razoável para a sociedade. A sequência é simples. Primeiro, ele joga com o absurdo. Propõe aposentadoria aos 65 anos – somados a 15 anos de contribuição – tanto para os homens quanto para as mulheres. Quer mais. Para garantir 100% da aposentadoria será necessário contribuir por 49 anos.

E não para por ai. Homens a partir dos 50 anos de idade, na época da eventual aprovação da proposta, poderiam se aposentar pelas regras atuais. Mas, para tanto, devem pagar um pedágio de 50%. Essa mesma regra se aplica às mulheres a partir dos 45 anos.

As regras de cálculo das aposentadorias e pensões também serão, pela proposta de Temer, severamente modificadas para diminuir drasticamente os valores dos benefícios dos aposentados e pensionistas.

Não faltaram críticas. Dados apontam claramente: pouca gente vai conseguir se aposentar nessas condições absurdas. Não por acaso, as pessoas se voltaram contra o governo. As paralisações crescem a cada dia e o país se fortalece para um Greve Geral no dia 28 de abril.

E esse é um ponto importante da luta. Isso porque Temer e sua bancada governista na Câmara ainda estão no controle da situação. No momento, o jogo está a favor deles. Por isso, os aparentes recuos de presidente não-eleito precisam ser vistos com cautela.

Ele tirou os servidores públicos estaduais e municipais da reforma. Vai exigir, entretanto, que os governos estaduais façam a própria reforma. Na sequência, virão as reformas municipais.

Agora Temer diz aceitar que a Câmara mude cinco trechos da Reforma. Aceitou que a transição seja ampliada para todos os trabalhadores. As pensões, trabalhadores rurais, Benefício de Prestação Continuada e aposentadorias especiais para professores e policiais também poderão entrar no acordão sugerido por Temer aos seus aliados no Congresso.

Não, eles não estão pensando em você, trabalhador. Tais mudanças têm o objetivo de amenizar o descontentamento da população. Querem dizer que não são tão cruéis e que estão melhorando as condições do trabalhador chegar à aposentadoria. A intenção aqui é uma só: desestabilizar o movimento social que tem tudo para derrotar a Reforma da Previdência.

É agora que devemos, mais do que nunca, ir às ruas. Temos que dar volume aos gritos de insatisfação com a trairagem dos golpistas e governistas oportunistas, até que eles ecoem nos corredores de Brasília.

Precisamos nos mostrarmos firmes e deixar claro que não aceitamos recuos de fachada, nem cavalos de Tróia. O que queremos e o que vamos conseguir nas ruas é a derrubada desse imenso retrocesso, representado pela terceirização irrestrita, pela Reforma da Previdência e pela Reforma Trabalhista.

Por isso, trabalhador e trabalhadora, mantenham-se firmes e somem nesta luta, que é minha, que é sua. Some nesta luta que é nossa.

Izídio de Brito Correia é dirigente sindical metalúrgico e ex-vereador de Sorocaba

tags
Aposentadoria artigo governo izidio jogo previdencia recuo reforma ruas temer
VEJA
TAMBÉM