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Mercado de Trabalho

Mulheres continuam recebendo menos, apesar de terem mais escolaridade

De 2006 a 2017, Sorocaba teve um aumento de 49.983 para 83.279 mulheres no mercado de trabalho, concentradas nas áreas de serviços, comércio e indústria. Mesmo com mais escolaridade, o salário é menor

Imprensa SMetal
Dados do Rais e Caged, compilados pela subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba
Desigualdades no mercado de trabalho de Sorocaba

Desigualdades no mercado de trabalho de Sorocaba

Você já ouviu falar em meritocracia? Que depende de você ter um futuro melhor ou ganhar um melhor salário? Pois é, mas de acordo com levantamento feito pela subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba, apesar das mulheres terem grau de instrução mais elevado em relação aos homens, elas continuam recebendo menos no mercado de trabalho de Sorocaba.

A remuneração das mulheres está concentrada nos salários inferiores, mesmo tendo mais escolaridade que eles. 60,81% do total das mulheres recebem abaixo de dois salários mínimos, enquanto os homens representam 39,76%.

O estudo mostra que 27,1% das mulheres tem escolaridade acima do ensino médio, enquanto os homens apenas 19,2%.

O levantamento foi realizado pelo economista Fernando Lima, que utilizou as informações disponíveis da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais de 2017) e afirma que características de trabalho não se alteram em pouco tempo, como um ano.

Dos 191 mil postos de trabalho, 56% (107.841) são compostos por mulheres e 44% (83.279) por homens.

Das 1420 profissões cadastradas na RAIS, em 502 delas não há nenhuma mulher. Entre os cargos estão: técnico de instalação de áudio, técnico de redes (telecomunicações), operador de escavadeira, churrasqueiro e inspetor de soldagem.

Dados do Rais e Caged, compilados pela subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba
Em que áreas atuam?

Em que áreas atuam?

Perfil socioeconômico

As mulheres possuem mais escolaridade que os homens. Entre os trabalhadores sem ensino médio são 20,4% H e 17% M. Já com escolaridade acima do ensino médio, as mulheres representam 27,1% , enquanto os homens, 19,2%.

O estudo mostra que as mulheres que acabaram de entrar no mercado de trabalho, com menos de 18 anos, já começam com uma diferença de 5,09% menor em relação ao homem.

Os dados mostram também que 30% de todos os trabalhadores de Sorocaba (homens e mulheres) tem menos de um ano de empresa. “Isso demonstra uma rotatividade em todas as categorias profissionais, impedindo uma pessoa de seguir carreira numa empresa”, afirma Lima.

Dados do Rais e Caged, compilados pela subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba
Faixa etária

Faixa etária

Faixa etária

No grande grupo de ocupações, entre diretores e gerentes, a remuneração média dos homens é de R$ 9.754,23 enquanto das mulheres é de R$ 5.143,96 (diferença de 47,3%).

Nos cargos técnicos de nível médio as mulheres recebem 31,9% a menos, de R$ 3.782,06 para R$ 2.576,72.

Dos 35.011 trabalhadores da produção de bens e serviços industriais, os homens recebem 30,03% a mais que as trabalhadoras.

Sendo que há disparidade também no segmento de comércio, onde há maior concentração de mulheres, com diferença que chega a 24,2% menor à remuneração masculina.

Entre as principais ocupações femininas estão: operador de caixa, professor do ensino fundamental, operador de linha de montagem, enfermagem.

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