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Questão do Enem

MP diz que opinião de Marum não representa a instituição

Após chamar a intelectual francesa Simone De Beauvoir de 'baranga' e ofender direitos da mulher em comentário na sua página do Facebook, o promotor de Sorocaba, Jorge Marum, foi criticado pela OAB

Imprensa SMetal
Divulgação

Ironia: Marum tentou se justificar dizendo que usou ironia no Facebook

Depois de chamar a intelectual francesa Simone De Beauvoir de ‘baranga’ e ofender os direitos da mulher em comentário na sua página do Facebook, o promotor público de Sorocaba e professor universitário Jorge Marum foi criticado pela OAB e, agora, pelo Ministério Público de São Paulo.

Em nota publicada no site do Ministério Público de São Paulo, no dia 31 de outubro, a instituição afirma que a declaração feita pelo promotor, no dia 25 de outubro, acerca de uma das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), “não corresponde ao posicionamento institucional e tampouco se aproxima dos ideais do Ministério Público. A manifestação do membro da Instituição somente pode ser tida como expressão de sua opinião e sem qualquer relação com a Instituição”.

Mais críticas

A questão do Enem esculhambada pelo promotor abordava o contexto da frase da filósofa francesa Simone De Beauvoir: “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”.

A professora do campus Sorocaba da UFSCar, Viviane Mendonça, esclarece: “Sem dúvida, esta é uma das frases mais famosas do movimento feminista contemporâneo. Simone de Beauvoir, filósofa francesa, a escreveu no vol. II da sua obra mais célebre ‘O Segundo Sexo’, originalmente de 1949. Como toda citação, precisa ser compreendida no contexto da obra e no momento histórico em que foi escrita”.

“Podemos dizer”, continua Viviane, “que Beauvoir analisou a opressão das mulheres de sua época em diversos campos, tais como literatura, religião, política, educação, trabalho, maternidade e sexualidade. Com base na filosofia existencialista, ela apontou nestas análises para o caráter histórico deste lugar de opressão vivido pelas mulheres na sociedade. Este lugar de opressão do ‘segundo sexo’- a mulher – não é natural, mas historicamente produzido. Em outras palavras, a mulher é mais que seu corpo, do ponto de vista existencial, ela exerce o papel de Outro do homem, que é o Sujeito. Para superar este lugar de opressão e subalternidade, a mulher deve se tornar sujeito de sua existência e de sua história”.

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Enem Exame Nacional do Ensino Médio jorge marum Ministério Público OAB Ofender direitos da mulher Simone de Beauvoir
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