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Movimento Popular em Apoio à Comissão Municipal da Verdade é criado

Movimento popular protocolará documento para instalação da Comissão Municipal da Verdade no próximo dia 27, na Câmara de Sorocaba

Imprensa SMetal

Participantes do movimento pró Comissão em Sorocaba reuniram-se na manhã deste sábado, 22

Neste ano, em que se completa 50 anos do golpe civil militar no Brasil, militantes sociais, lideranças comunitárias, professores e profissionais liberais de Sorocaba criaram o Movimento Popular em apoio à Comissão Municipal da Verdade: Alexandre Vannucchi Leme.

Na manhã deste sábado, dia 22, os participantes se reuniram para discutir sobre as tarefas e cronograma da Comissão Municipal da Verdade, que pretende promover uma pesquisa voltada para os temas da memória, verdade e justiça, com base nos anos de 1964 a 1985, período da ditadura civil e militar.

A iniciativa surgiu do professor de filosofia Daniel Lopes. A intenção, segundo ele, é a de apurar, no contexto sorocabano, os crimes cometidos nesse período com base em documentos e depoimentos de personalidades da cidade que vivenciaram a repressão da época.

A reunião de hoje, que deu base para a criação do movimento popular contou com a presença do Deputado Estadual Adriano Diogo (PT), que preside a Comissão Estadual da Verdade. Apesar da agenda apertada, com compromissos como parlamentar e como presidente da comissão, Diogo conseguiu vir a Sorocaba para contribuir com a construção desse debate em torno da Comissão Municipal da Verdade.

No próximo dia 27, às 9h, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Sorocaba, os membros do Movimento Popular vão protocolar o documento pela instalação da Comissão Municipal em Sorocaba.

Sobre a importância da Comissão Municipal da Verdade
Adriano Diogo citou a importância dos sorocabanos conhecerem as histórias das pessoas que lutaram contra o governo autoritário, enfrentando a repressão em prol de um ideal coletivo, que envolve a soberania do Brasil. Ele lembrou da Praça Alexandre Vannucchi Leme, que fica na confluência da avenida Afonso Vergueiro com a rua Amazonas. “Lembro que quando o monumento em homenagem a Alexandre foi criado ele foi alvo de balas da polícia, houve perseguição ao vereador que deu nome à praça”.

Adriano foi colega do curso de Geologia, da USP, do sorocabano Alexandre Vannucchi Leme, que foi morto aos 22 anos, após sofrer torturas. Ele foi preso no dia 16 de março de 1973 e encontrado morto, na cela da delegacia (DOPS), em São Paulo, no dia seguinte.

“É preciso também conhecer a história dos torturados, para saber quem são eles, incluindo as pessoas, os civis, que contribuíram com esse período de repressão às liberdades”, conclui Adriano.

Para a professora do Departamento de Ciências Humanas e Educação da UFSCar, campus Sorocaba, Teresa Melo, a criação da Comissão Municipal da Verdade vem restaurar uma memória histórica não apenas as histórias daqueles que se posicionaram, em diversos movimentos e organizações, contra a ditadura civil e militar, mas também da sociedade como um todo. “Sorocaba sempre foi de muita luta e de resistência. É preciso que essa memória seja restaurada”, comenta.

Uma das principais preocupações com essa memória é em relação à juventude. O vereador Izídio de Brito (PT) afirma que essa Comissão Municipal é um reconhecimento importante de uma militância que lutou para que a sociedade pudesse chegar à democracia atual. “Mais ainda, com as apurações e pesquisas que se pretende fazer a partir da Comissão será um esforço necessário e urgente para a formação das novas gerações”.

Atividades 50 anos do golpe

A UFScar, campus Sorocaba, promove nos dias 31 de março e 1º de abril, sempre a partir das 19h, no auditório do prédio ATLAB, o evento “50 anos do golpe civil militar no Brasil”, com mesas de debates sobre os contextos do golpe e da ditadura.

No dia 31, o tema será “O contexto do golpe” e no dia seguinte, o debate fica por conta da contextualização de 1964 e o período ditatorial, em Sorocaba, com participação do professor de filosofia Daniel Lopes, e do professor de história Miguel Trujilo (a confirmar).

O Centro Acadêmico da FADI também promove no dia 1º de abril, às 19h, no auditório da faculdade, a exibição do documentário “Porque Lutamos”, sobre a trajetória do estudante Alexandre Vannucchi Leme, seguido por debate.

Os eventos têm entrada gratuita e são abertos ao público geral.

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