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Rumo à Greve Geral

Milhares vão às ruas de São Bernardo contra reformas de Temer

Para os organizadores, protesto foi 'aquecimento' para greve geral, marcada para o dia 28 de abril

ABCD Maior
Andrea Iseki
Manifestação foi organizada por diversas centrais sindicais e movimentos sociais

Manifestação foi organizada por diversas centrais sindicais e movimentos sociais

Cerca de cinco mil pessoas tomaram as ruas de São Bernardo, na manhã de sábado, dia 8, contra as reformas da Previdência e Trabalhista, propostas pelo governo Temer. A manifestação foi organizada pelo Comitê ABCD Contra a Reforma da Previdência e também serviu como “esquenta” para a greve geral, marcada para dia 28 de abril.

A concentração do ato começou por volta das 9h, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Às 10h30 a marcha foi iniciada, caminhou pela rua Marechal Deodoro e terminou por volta das 12h30, na praça da Matriz, no Centro da cidade.

O eletricista Carlúcio Gomes de Oliveira, 40 anos, compareceu ao protesto e explicou o porquê. “Temer se aposentou aos 54 anos, e por que nós vamos ter que trabalhar durante 49 anos para se aposentar? Todas as reformas desse governo são contra o povo”, relatou.

Já para a auxiliar administrativa Adriana de Assis, 35 anos, as empresas serão as grandes beneficiadas com as reformas. “Elas (empresas) vão poder pagar menos pelo nosso trabalho através da terceirização. Os direitos vão por água abaixo e não podemos ficar à mercê do governo. Temos que ir para rua, como hoje”, afirmou.

Precarização do trabalho

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, explicou que “a reforma da Previdência, somada à Trabalhista e a Lei da Terceirização vão retirar todos os direitos conquistados durante esses anos. É todo um conjunto que vai fazer o funcionário trabalhar mais para se aposentar, de forma mais precária por causa da reforma Trabalhista e sem direitos garantidos, fruto da terceirização”.

Wagner Santana ainda afirmou que a unidade entre as centrais sindicais é essencial para a construção da greve geral, no dia 28 desse mês. O Comitê ABCD Contra a Reforma da Previdência é formado por sindicato de trabalhadores da Região, além de movimentos sociais. “Essa manifestação é um dos caminhos para a greve geral. Com unidade e com mobilização conseguiremos parar o país contra as reformas”, disse Wagner Santana.

Para a vereadora de São Bernardo Ana Nice (PT-São Bernardo) o ABCD é um potencial de mobilização e participação popular. “O movimento sindical, social e nós, parlamentares, temos que fazer o papel de dialogar com a população e informar a veracidade que está por trás das propagandas do governo”, explicou a vereadora.

‘Temer não vai conseguir aprovar’

Deputados federais também participaram da manifestação em São Bernardo, entre eles Vicente da Silva, o Vicentinho, e Paulo Teixeira, ambos do PT. O discurso dos parlamentares foram semelhantes ao citar que a base do presidente Michel Temer (PMDB) não está fechada a favor da reforma da Previdência. A proposta de reforma teria nesse momento o apoio de uma minoria de parlamentares.

“Temer começou a ter graves problemas no Congresso, ele perdeu apoio. A última pesquisa mostra que a maioria dos deputados é contra a reforma da Previdência. Isso tá fazendo com que ele mexa nos temas, mas não mexeu em nenhum ponto fundamental. As mobilizações de rua vão derrotar a reforma da Previdência”, relatou o deputado federal Paulo Teixeira.

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