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Metalúrgicos do ABC rejeitam propostas de montadoras e podem parar a produção

Assembleia, no sábado, reuniu mais de 10 mil trabalhadores de montadores do ABC, na grande São Paulo

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Rossana Lana / SMABC
Trabalhadores rejeitam proposta e já começam a fazer protestos na porta das montadoras do ABC

Trabalhadores rejeitam proposta e já começam a fazer protestos na porta das montadoras do ABC

Assembleia com mais de 10 mil metalúrgicos rejeitou, por unanimidade, na manhã deste sábado (11), proposta de 7% de reajuste salarial feita pelas montadoras. Na segunda-feira (13), as empresas receberão aviso de greve e terão 48 horas (prazo exigido por lei) para se manifestar. Depois desse prazo, a categoria pode decretar greve geral e levar mais de 40 mil trabalhadores a cruzarem os braços por tempo indetermina no ABC. A decisão da assembléia também atinge o Grupo 10, que não apresentou proposta.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, explicou aos trabalhadores, na assembléia, que por uma questão legal é preciso avisar as montadoras com 48 horas de antecedência para decretar uma greve geral. Até lá, haverá mobilizações, protestos e paralisações por tempo determinado nas montadoras

“Somos uma categoria organizada que sabe trabalhar, mas também sabe lutar. Por isso somos exemplo seguido pelo restante do País. Não abrimos mão de termos os melhores salários e as melhores condições de trabalho. Estamos abertos à negociação e queremos resolver o impasse na mesa, por meio do diálogo, que é a melhor forma, mas se não houver proposta dos patrões a greve geral é um caminho legítimo e será usado” disse Nobre.

SÓ FALTAM DOIS GRUPOS – Além do grupo das montadoras, o Grupo 10 (lâmpadas, prensas, equipamentos odontológicos, iluminação entre outros) também não apresentou proposta. Nos demais grupos: G2 (máquinas, aparelhos elétricos e eletrônicos) Fundição, G3 (autopeças) e G8 (trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração etc.), o sindicato conquistou 9% de aumento salarial. É o maior aumento real obtido pela categoria nos últimos dez anos – representa o dobro da inflação acumulada no período, 4,4%.

Durante toda a semana, os metalúrgicos (horistas e mensalistas) nas quatro montadoras de São Bernardo (Ford, Volkswagen, Mercedes-Benz e Scania) e em outras empresas da base milhares de trabalhadores fizeram manifestações, passeatas e pararam a produção em protesto contra a falta de propostas.

A base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem 101,4 trabalhadores, desse total 32 mil trabalham nas cinco montadoras de São Bernardo do Campo.

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