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Metalúrgicos de Sorocaba aprovam pauta de reivindicações 2010

Aumento real nos salários; Valorização dos pisos salariais; Jornada de 40 h semanais e Licença Maternidade de 180 dias são os eixos aprovados. Data-base é 1º de setembro.

Imprensa Smetal Sorocaba
Foguinho/Imprensa Smetal
Ademilson Terto, presidente do Sindicato, conduz assembléia que aprovou pauta de reivindicações nesta sexta, em Sorocaba

Ademilson Terto, presidente do Sindicato, conduz assembléia que aprovou pauta de reivindicações nesta sexta, em Sorocaba

Em assembléia sindical no início da noite desta sexta, dia 18, os metalúrgicos de Sorocaba e região aprovaram a pauta de reivindicações para a campanha salarial da categoria este ano. O eixo do documento contém 5 pontos: Aumento real nos salários; Valorização dos pisos salariais; Jornada de 40 horas semanais, sem redução nos salários e Licença Maternidade de 180 dias.

A data-base dos metalúrgicos da CUT no estado é 1º de setembro, quando as negociações deverão estar concluídas e um novo acordo coletivo assinado. O acordo (ou Convenção Coletiva) este ano vai tratar basicamente de cláusulas econômicas, visto que as cláusulas sociais estão garantidas até 2011, pela Convenção assinada em 2009.

Abono por fábrica é ruim
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ademilson Terto da Silva, defendeu na assembléia que a campanha salarial este ano priorize um reajuste melhor de salários para toda a categoria, ao invés de ‘trocar’ o aumento por abonos diferenciados por fábrica.

“Temos que unificar a luta por um acordo coletivo que beneficia a todos os metalúrgicos de maneira igualitária. Não podemos cair na ilusão de que o abono por fábrica compensa qualquer reivindicação duradoura que o patrão não queira atender”, afirma Terto.

“É muito ruim o abono depender de fatores de cada fábrica, como o grau de mobilização, disponibilidade de agenda de negociação, influências de acordos já feitos fora da região, prazo estadual para encerrar a campanha, etc”, complementa.

Terto defende que todas as conquistas devem estar contidas no acordo coletivo que tenha validade para todas as empresas, de cada grupo, de cada segmento metalúrgico.

Assembléias nas fábricas
João Farani, diretor sindical em Sorocaba e vice-presidente da FEM/CUT, informou que muito em breve o Sindicato vai iniciar assembléias sobre a campanha salarial nas empresas metalúrgicas da região. “A pauta vai decidida hoje [na assembléia], mas fazemos questão de explicar o resultado nas na bases e esclarecer aos metalúrgicos que é preciso mobilização e união para conquistarmos o que queremos”, afirmou.

Coordenação da FEM/CUT
A pauta foi aprovada, antes, após estudos e debates, pelos Sindicatos da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) no dia 8. O passo agora é o documento ser votado pelos trabalhadores de cada um dos 13 sindicatos filiados à federação, como é o caso dos metalúrgicos da região de Sorocaba.

Após essa fase de aprovação pelos trabalhadores de cada base sindical, as pautas serão entregues para todos os grupos patronais que compõem o setor metalúrgico, como montadoras, fundições, Grupos 2, 3, 8 e 10.

Cada Convenção Coletiva de Trabalho, de cada grupo metalúrgico, tem cerca de 100 cláusulas.

A data de protocolo na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, já está marcada: será dia 24 deste mês, juntamente com um ato sindical em frente à sede da entidade patronal, na avenida paulista.

Estudos estratégicos
Quem compareceu à assembléia desta sexta teve acesso, também, a um estudo do Dieese sobre níveis salariais, contratações, demissões, massa salarial, produção e produtividade da categoria metalúrgica. “O estudo prova que os patrões podem conceder aumento real melhor sem prejudicar a competitividade. Vamos argumentar isso nas mesas de negociações, mas os trabalhadores têm que contribuir, participando da luta”, afirma o secretário-geral do Sindicato Valdeci Henrique, Verdinho

Imposto Sindical
Outra decisão tomada pela assembléia desta sexta foi que a parcela da Contribuição Sindical recebida pelo Sindicato dos Metalúrgicos este ano será utilizada para construção de um novo salão de assembléias e um centro de formação na sede de Sorocaba. Parte também será destinada para ajudar a ONG Banco de Alimentos de Sorocaba.

A proposta de uso da Contribuição foi apresentada pelo sindicalista Valdeci Henrique, Verdinho, e aprovada por unanimidade.

A Contribuição Sindical (ou Imposto Sindical) é aquele desconto que todo trabalhador tem no mês de março e equivale a um dia de trabalho. Ela existe desde 1939, por força de lei federal. Do total descontado, 60% vai para o sindicato que representa o trabalhador. Os demais 40% são divididos entre um fundo do Ministério do Trabalho, federações, confederações e centrais sindicais.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região teve direito a R$ 1,2 milhão por conta da contribuição. Do total, 90% será destinada à obra na sede de Sorocaba. O demais 10% serão repassados para o banco de Alimentos.

Histórico da devolução
Ao final da assembléia, Izídio de Brito, vice-presidente do Sindicato e vereador em Sorocaba, relembrou o histórico do imposto sindical nos últimos 1t anos. O uso do imposto sindical começou a ser definido por assembléia em 1993. Nos primeiros anos, houve sorteio de carros e bingos com prêmios em dinheiro para quem participasse dos eventos de devolução do imposto. Depois, os metalúrgicos decidiram investir na estrutura de serviços, como clube de campo, materiais de sindicalização, colônia de férias, etc.

“Houve períodos de dificuldades, nos anos FHC, quando a estrutura sindical, como reflexo das seguidas crises de emprego, mal conseguia manter o básico em termos de serviços, muito menos investir nas lutas futuras, nem na formação. Hoje, podemos apostar em um futuro cada vez melhor para o metalúrgico, na fábrica, no mercado de trabalho, na sociedade e na evolução de sua consciência de classe”, afirma o vereador metalúrgico.

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