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Metalúrgicos da ZF e Gerdau sofrem acidentes de trabalho

Na Gerdau, um metalúrgico sofreu queimaduras no rosto e braços; na ZF Planta 2, dois trabalhadores tiveram as pontas dos dedos prensados em maquinários. Diretoria do SMetal alerta que todo risco no local de trabalho deve ser denunciado

Imprensa SMetal
Foguinho/Arquivo Imprensa SMetal
Na Gerdau, deslocamento de ar causou queimaduras na região superior do corpo do metalúrgico; SMetal está acompanhando o processo interno de investigação das causas do acidente

Na Gerdau, deslocamento de ar causou queimaduras na região superior do corpo do metalúrgico; SMetal está acompanhando o processo interno de investigação das causas do acidente

Em menos de um mês, pelo menos três trabalhadores metalúrgicos de Sorocaba e região sofreram acidentes de trabalho. Para a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal), todo acidente pode e deve ser evitado, por isso está tomando as providências necessárias para averiguar o ocorrido e garantir segurança no local de trabalho.

O mais recente aconteceu na Gerdau, em Araçariguama, na última sexta-feira, 7. Após travar uma válvula automática do forno com aço líquido, o trabalhador foi realizar um processo manual de rotina para obstrução do canal.

O forno então entrou em reação química e emitiu um deslocamento de ar que causou queimaduras na região superior do corpo do metalúrgico, principalmente no rosto, pescoço e braços. Segundo a empresa, o funcionário teve ferimentos de primeiro e segundo graus, mas encontra-se bem. Ele continua internado em Sorocaba.

Na avaliação preliminar, de acordo com a empresa, não houve erro de operação do trabalhador. Diretores do SMetal e membros do Comitê Sindical da Gerdau estão em contato com a empresa e vão acompanhar o processo interno de investigação e análise do ocorrido.

Acidentes na ZF Planta 2

Outros dois acidentes de trabalho ocorreram na ZF do Brasil Planta 2 (antiga Lemforder). O mais recente aconteceu na última quinta-feira, 6, quando o trabalhador foi ajudar a fazer o setup na máquina de usinagem F10. Ele pisou na pedaleira do maquinário e teve seu dedo prensado. O metalúrgico já passou por pequena cirurgia para reconstrução da ponta do dedo e está aguardando alta do hospital.

Segundo o membro do CSE da ZF Planta 2, Marcos Latino, já foram enviados comunicados à empresa sobre os riscos da pedaleira nas máquinas do setor F, que estão antigas e soltando óleo e vapor nos trabalhadores, mas não houve devolutiva.

O outro acidente aconteceu no dia 14 de janeiro, em uma esteira que estava sem a proteção necessária. Um mecânico, prestador de serviço da Top Service, também teve a ponta do dedo prensada na máquina.

Para Latino, em ambos os casos, o trabalho efetivo do engenheiro de segurança poderiam ter evitado os acidentes. “Foi uma omissão da empresa, pois a situação deveria ter sido detectada pelo técnico e engenheiro de trabalho. Se há uma possibilidade de acidente, ela deve prevenida e não deixar acontecer primeiro e depois ir arrumar”, critica.

Divulgação

Qualquer situação insegura deve ser denunciada

A diretoria do SMetal alerta que se o trabalhador perceber qualquer tipo de falha que possa causar um acidente, mínima que seja, deve denunciar e não executar aquela função até que tenha certeza que ela será realizada com segurança.

“São vidas e não números, ninguém deve ir trabalhar com medo de ser o próximo acidentado. Por isso, se há alguma irregularidade, comunique ao cipeiro da fábrica, ao técnico de segurança e ao Sindicato, para evitar qualquer risco no local de trabalho”, alerta o presidente do SMetal, Leandro Soares.

E questiona: “se em multinacionais estão ocorrendo tantos acidentes, imagine nas pequenas e médias empresas, que não possuem programa de saúde ou CIPA? Não fique calado, denuncie!”.

A denúncia pode ser feita ao membro do CSE na fábrica, na sede do SMetal ou pelo Portal SMetal, no campo “Denuncie”.

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