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Ditadura

Izídio vai propor oitiva para dar continuidade à Comissão da Verdade

O vereador levará, nos próximos dias, a sugestão de promover oitivas aos demais membros da comissão especial, para que o próximo debate acerca do assunto ocorra ainda neste mês

Imprensa PT

O presidente local do PT e da Comissão Municipal da Verdade (CMV) de Sorocaba, vereador Izídio de Brito, se reuniu na noite desta quinta-feira (10) com membros do Movimento Popular em apoio à CMV “Alexandre Vannucchi Leme”, com o intuito de estruturar um cronograma para os próximos debates acerca do assunto e, além disso, ouvir desses integrantes sugestões de pessoas que podem relatar sobre o período ditatorial, que durou 21 anos no País – 1964 a 1985. A próxima discussão poderá acontecer ainda neste mês.

De acordo com Izídio, ao convocar pessoas que vivenciaram o regime militar para compor a mesa de discussão, é uma forma de outras pessoas, que ainda não puderam estar na oitiva, de participem e contribuem para a sequência dos debates. “E essas pessoas terão papel fundamental de além de depor sobre aquele período de chumbo, mas também de contribuir com documentos que possam servir e agregar ao relatório final, que será encaminhado à Comissão Nacional da Verdade, no fim deste ano.”

A primeira discussão na Câmara sobre o tema ocorreu em 28 de março, quando teve a participação do psicanalista e professor de Filosofia Daniel Lopes, precursor da criação dessa comissão no município, da jornalista Fernanda Ikedo, que produziu o documentário “Porque Lutamos!”, que conta a trajetória do estudante sorocabano Alexandre Vannucchi Leme.

Além de Lopes e Fernanda, que integram o Movimento Popular em apoio à Comissão Municipal da Verdade, ainda teve a presença dos deputados Hamilton Pereira (estadual) e Iara Bernardi (federal), ambos do PT, assim como os personagens que vivenciaram a ditadura militar, que são: Francisco Gomes, o Chico Gomes, que é ex-ferroviário sorocabano e militante da Ação Libertadora Nacional (ALN); professor Aldo Vannucchi, tio de Alexandre Vannucchi Leme, que participava da ALN, que reunia católicos e não católicos e, também, marxistas e não marxistas; e Osvaldo Francisco Noce, atuante em movimentos estudantis.

A ideia, segundo o presidente local do PT, é convocar pessoas ligadas a diferentes áreas. Dessa forma, conter depoimentos diversificados, o que vai criar um leque maior de relatos. Ele, que já foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, conta que as entidades sindicais, principalmente a dos ferroviários e têxteis – que iniciaram o ciclo sindical na cidade -, tinham militantes da esquerda participando de movimentos em prol de uma democratização no Brasil.

Além disso, Izídio lembra que, nesse período ditatorial, comandantes do exército visitavam fábricas para identificar pessoas com ligação à esquerda, além de ter P2 (Polícia Militar sem farda) trabalhando como se fosse funcionário da empresa.

Como a oitiva na Câmara tem apenas quatro horas de depoimentos, o professor Daniel Lopes, que esteve presente na reunião desta quinta-feira à noite, sugeriu a Izídio que cada debate tenha de dois a três personagens, o que vai enriquecer, nas palavras de Lopes, a explanação de cada depoente. Lopes, inclusive, apresentou uma lista com 25 nomes para que, possivelmente, possam ser convocados e, consequentemente, relatarem o que ocorreu durante o regime militar.

A Comissão Municipal da Verdade “Alexandre Vannucchi Leme” é presidida por Izídio de Brito, relator Anselmo Neto e membros Saulo do Afro Arts (PRP) e Neusa Maldonado (PSDB).

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