Em um mundo em que uma mulher precisa lutar para ganhar a mesma remuneração que um homem, na mesma função, explica bem o Dia Internacional da Igualdade Salarial, celebrado nesta quarta-feira, 18. O dia é de muita importância para reflexão e luta.
E se tivermos algo a celebrar é que um dos avanços, do último ano no Brasil que, depois de mais de 30 anos de nossa Constituição Federal, empresas que pagam menos para mulheres, no mesmo cargo de homens, serão punidas.
O 2º Relatório de Transparência da Igualdade Salarial, divulgado nesta quarta-feira, revela que o caminho para alcançar o mínimo ainda está distante e convoca a sociedade brasileira a não apenas a refletir, mas a se mobilizar pelo fim da exploração patronal. O relatório também revela que as mulheres recebem 20,7% a menos que os homens, em média.
A verdade é que nós, mulheres, deveríamos ser mais remuneradas que os homens. Combinada à exploração de nosso trabalho no chão de fábrica, a sociedade ainda nos impõe o papel de cuidados na casa. Seja limpando, cozinhando, planejando a vida familiar ou mesmo cuidando de algum ente idoso ou doente. Trabalhamos dentro de casa sem remuneração.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, as mulheres dedicam quase o dobro de tempo do que os homens no trabalho doméstico. Enquanto as mulheres dedicam mais de 21 horas semanais nessas funções, os homens despendem de apenas 11 horas.
O que seriam das empresas se nós não garantíssemos que todos, homens e mulheres, pudessem se vestir, comer e ter onde descansar? Como os mais de 47 mil metalúrgicos representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) iriam trabalhar? Ou seja, trabalhamos o dobro e recebemos menos. E isso não é nem um pouco justo.
O que aprendemos nestas poucas décadas de democracia no Brasil é que sem luta, não há conquista. Foi a mobilização das mulheres trabalhadoras que elegeu um governo de fato comprometido com nossas pautas e que passou a promover a igualdade.
Outro exemplo é a Campanha Salarial deste ano que, por meio da negociação de sindical, mais uma vez ampliou os direitos das metalúrgicas no estado de São Paulo, além do aumento real no salário de todos, homens e mulheres.
E essa luta seguirá enquanto houver injustiça e desigualdade. Não iremos esperar que os patrões simplesmente aceitem nossas reivindicações. Seguiremos arregaçando as mangas e exigindo respeito, acima de tudo. A luta pela emancipação das mulheres é de todos! E as metalúrgicas podem contar com o SMetal.
O Coletivo de Mulheres do SMetal é composto por Cleide Bueno, Lindalva Martins, Nazaré Inocência e Priscila dos Passos.