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FEM e Fundição debatem a valorização dos direitos sociais

O debate sobre a valorização dos direitos sociais - principal destaque da pauta de reivindicações da Campanha Salarial da FEM/CUT - marcou o início das negociações com a bancada patronal da Fundição

FEM/CUT
Edu Guimarães/SMABC

Negociadores da Fundição, e a bancada da FEM

O debate sobre a valorização dos direitos sociais – principal destaque da pauta de reivindicações da Campanha Salarial da FEM-CUT/SP – marcou o início das negociações com a bancada patronal da Fundição, realizada na manhã desta sexta-feira (24), na sede do Sindicato da Indústria de Fundição do Estado de São Paulo (Sifesp), na Avenida Paulista. Cerca de quatro mil metalúrgicos trabalham nas empresas do setor na base da FEM no Estado.

Para o presidente da Federação, Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão, houve seriedade e pré-disposição patronal, que ouviu atentamente todas as propostas de melhorias nas cláusulas pré-existentes (em vigor na Convenção Coletiva de Trabalho), bem como a necessidade de novos direitos que atendem à realidade dos trabalhadores no chão de fábrica. “Eles anotaram todas as nossas argumentações e se comprometeram que nas próximas reuniões nos darão respostas”, conta.

O assessor jurídico da FEM-CUT/SP, Raimundo Oliveira, também ficou muito entusiasmado. “A Fundição sempre foi um setor muito avançado em termos de negociação. Temos certeza que a bancada patronal vai debruçar sobre o que apresentamos hoje”, relata.

Direitos sociais

As reivindicações da FEM apresentadas à Fundição destacam cláusulas de natureza sócio- humanitária, como exemplos, voltadas aos trabalhadores portadores de doenças graves (HIV, câncer, entre outras), que são consideradas fatais, na linha em que as empresas tenham uma visão humanitária para não cometer nenhuma discriminação.

Outro tema abordado foi a reivindicação que valoriza os jovens trabalhadores metalúrgicos, na faixa etária entre 18 a 30 anos, que representam 65% da base da FEM no Estado de São Paulo.

Dirigentes da Federação propuseram a criação de um quadro de carreira especial para esses empregados, com uma promoção de cargo e salário. “Se não criamos uma política de motivação para os jovens, teremos pessoas mais velhas trabalhando e com mais problemas de saúde.

Se o jovem tiver uma perspectiva de opção, ele terá estímulo para permanecer na empresa. Essa cláusula assegurará o futuro da nossa profissão e da indústria”, explica Luizão.

O assessor jurídico, Dr. Oliveira, também concorda: “Estou otimista. Acredito que a bancada da Fundição possa avançar nesse valioso tema”, finaliza.
Próxima rodada

A negociação com a Fundição continua na próxima quinta-feira (30), às 10h, na sede do Sifesp. Também neste dia, a Federação iniciará a 1ª rodada com a bancada patronal do Grupo 2 (máquinas e eletrônicos), às 14h, na sede da Abinee, na FIESP.

A negociação com o Grupo 3 (autopeças, Forjaria e Parafusos) está agendada para, o dia 12 de agosto, às 10h, no Sindipeças. Ainda faltam agendar negociações os setores dos Grupos 8, 10 e Estamparia.

Principais reivindicações da FEM-CUT/SP

Os metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo aprovaram como principais bandeiras de lutas: 40 horas semanais; a reposição da inflação e aumento real; a unificação e valorização dos pisos e a valorização das cláusulas sociais. O slogan da Campanha é “Nenhum Direito a Menos e Mais Avanços Sociais”. As pautas de reivindicações foram entregues para as bancadas patronais no dia 3 de julho.

As cláusulas sociais serão o destaque. Foram apresentadas mais de 30 contribuições que vieram das Plenárias Regionais realizadas em Monte Alto, Itu e Taubaté que propõem melhorias nas cláusulas pré-existentes (que estão em vigor nas Convenções Coletivas de Trabalho) e a inclusão de novos direitos. “Queremos uniformizar as nossas cláusulas pelo o que temos de melhor em cada grupo”, explica Luizão.

Perfil dos setores metalúrgicos

A Federação negocia com seis bancadas patronais: Grupo 2 (máquinas e eletrônicos); Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos); Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros); Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros); Estamparia e Fundição. A data-base do ramo metalúrgico cutista é 1º de setembro e estarão em Campanha aproximadamente 200 mil trabalhadores na base da FEM no Estado.

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