Alunos, pais, equipe escolar e moradores do bairro Cajuru, em Sorocaba, realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira, dia 6, pedindo a contratação de agentes de limpeza na escola estadual José Quevedo.
Em setembro de 2015, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou um decreto proibindo admissão ou contratação de funcionários, que inclui agentes de limpeza.
O protesto reuniu cerca de 400 manifestantes, que interditaram as vias nos dois sentidos da Avenida Paraná, em frente à escola, por voltas das 7h15. A avenida permaneceu fechada por 45 minutos. Às 8h eles liberaram as vias e permaneceram na calçada da escola até as 8h30.
Com cartazes e faixas, alunos e moradores do bairro pediam a contratação de agentes de limpeza para a escola. De acordo com eles, nas últimas semanas foram encontrados ratos, baratas e aranhas na unidade.
“Estamos fazendo essa manifestação porque há mais de dois meses não temos funcionários para limpar a nossa escola, então estamos vivendo no meio da sujeira e não merecemos isso”, contou a aluna Beatriz Menna Rezende, do 9º ano. “Queremos uma escola de qualidade e muito bem limpa”, completou.
Segundo funcionários, desde janeiro a unidade escolar não tem recursos para contratar funcionários para realizar a limpeza. Atualmente, o serviço é realizado duas vezes por semana por uma voluntária, no período da manhã.
Cristiane Aparecida Galvão, mãe do aluno Allyfer Thiago, de 12 anos, criticou o abandono e descaso do poder público em relação às crianças. “A escola está muito suja, não tem funcionário e meu filho sempre está reclamando”, afirmou. “Os próprios alunos e professores estão limpando, o que é revoltante para nós, pais. Os alunos vêm para estudar, não limpar a escola”, completou.
O professor e morador do Cajuru, Marcelo Kobayshi, explicou que foi enviado em fevereiro um ofício à Diretoria de Ensino da região de Sorocaba informando a situação da escola e solicitando o serviço de limpeza, mas ainda aguardam uma resposta do Estado. “Nesse tempo, professores, alunos e funcionários estão realizando limpeza básica, mas não tem como fazer tudo”, disse.
Ele explica que desde 2014 a escola vem pedindo agentes de serviços escolares via ofício à Secretária. Há dois meses duas funcionárias efetivas se aposentaram e outras três encerrou o prazo de contrato e não foi renovado.
A unidade de ensino tem cerca de 1,5 mil alunos nos três períodos: manhã, tarde e noite.