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Energia elétrica terá aumento médio de 17%

Autorizada pela Aneel, a CPFL vai aumentar a tarifa das residências em 14,86% e comércio e indústria terão aumento de 21,51%. Além disso, os consumidores enfrentam a bandeira vermelha em outubro

Cruzeiro do Sul
Emídio Marques/Cruzeiro do Sul
O salário de aposentado não dá mais, reclama Robson Elias.

O salário de aposentado não dá mais, reclama Robson Elias.

Não bastasse enfrentar, este mês, o patamar mais caro na bandeira tarifária da conta de energia elétrica, a vermelha, os consumidores atendidos pela Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL Piratininga) terão que encarar mais um aumento. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a concessionária a reajustar o valor do tarifário anual das contas de luz num percentual médio de 17,28%. Os novos valores passarão a ser cobrados nas medições a partir do dia 23 de outubro, próxima segunda-feira.

Para as unidades de consumo de baixa tensão (residencial) o reajuste será de 14,86%. Já as de alta tensão (comercial e industrial) terão aumento de 21,51%. Além do aumento real da tarifa, os consumidores enfrentam a bandeira vermelha em outubro, no patamar 2. Isso significa uma cobrança adicional de R$ 3,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia consumidos.

A CPFL Piratininga informou ontem que o reajuste ocorreu “por conta da elevação do custo de transmissão, oriunda da revisão das indenizações das transmissoras autorizada pela Aneel em julho deste ano, e do acréscimo no custo de compra de energia da usina Itaipu, decorrente do aumento da tarifa em dólar deste contrato”. Em contrapartida, conforme a CPFL Piratininga, houve redução dos encargos setoriais, com destaque para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

“O reajuste tarifário é composto pela chamada Parcela A, cujos custos não são gerenciáveis pela CPFL Piratininga e não integram a sua remuneração, e pela Parcela B, que considera os gastos operacionais gerenciáveis da empresa e determinam a sua remuneração. Nesse percentual também estão inclusos os reajustes anuais na tarifa, previstos pela regulação da Aneel”, segundo a companhia.

Para os consumidores, entretanto, esses critérios nem sempre são fáceis de compreender. “Eles não são claros com a gente em relação a esses aumentos. A gente entendeu, mas logo vem o segundo, o terceiro. Seria melhor se fosse um aumento só, mas com justificativas plausíveis”, opinou a estudante Marilândia Gonçalves.

Os consumidores também dizem estar assustados ao perceber que os valores da conta de luz só aumentam, enquanto as possibilidades de economizar vão se esgotando. “Não tem mais o que fazer. Já troquei todas as lâmpadas, usamos o chuveiro por cinco minutos e o micro-ondas só em casos de urgência”, falou o aposentado Robson Elias. Ele, que foi até a Casa do Cidadão da Vila Hortência, na manhã de ontem, tirar a segunda via de suas contas, relatou que essa renegociação de boletos atrasados têm sido cada vez mais frequentes. “O salário de aposentado não está dando mais. Daqui a pouco teremos de financiar o pagamento de água, luz e feijão.”

Quem também reclamou do aumento foi o agente penitenciário Francisco de Assis Camargo. “Tá feia a coisa, não tem mais dinheiro para tudo isso.” Em sua residência, onde vivem apenas ele e a esposa, a conta já chegou a R$ 120. “Isso é abusivo. Há alguns anos pagava R$ 35. Não consigo entender essa história de bandeiras.”

Municípios

A CPFL Piratininga atende 27 municípios no interior e no litoral do Estado de São Paulo. Na Região Metropolitana da Sorocaba (RMS), a companhia abrange Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Ibiúna, Iperó, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Roque, Sorocaba e Votorantim. A CPFL Piratininga é uma das nove distribuidoras do grupo CPFL Energia.

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