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Histórias de luta

Encontro com ex-dirigentes do SMetal enfatiza o protagonismo sindical

Em busca de direitos, contra a opressão, ex e atuais dirigentes destacam as trajetórias de luta e de resistência, desde o fim da ditadura, do confisco da poupança por Collor até os recentes ataques aos direitos

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Da emoção à leveza do primeiro encontro de ex-dirigentes do SMetal

Da emoção à leveza do primeiro encontro de ex-dirigentes do SMetal

O encontro de ex-dirigentes sindicais dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, realizado na manhã desta sexta-feira, dia 28, no Clube de Campo do SMetal, reuniu lideranças de diversas épocas que exerceram mandato desde 1983 até os tempos atuais.

De lá pra cá, muitas mudanças nos contextos social e político ocorreram, assim como na vida de cada dirigente. Emoção do reencontro de amigos às lembranças de momentos históricos de luta por direitos trabalhistas foi o que envolveu o encontro. (confira mais fotos)

Na abertura do encontro, o presidente atual do SMetal, Leandro Soares, ressaltou que se “hoje, o sindicato é um patrimônio para toda a categoria e sociedade foi graças à contribuição de cada um de vocês”.

“Que dia aguardado com ansiedade para encontrarmos todos, de todas as diretorias. Para essa confraternização, saber onde e como estão. Para comemorarmos nossa participação na luta e na história do movimento sindical”, afirmou o ex-deputado estadual Hamilton Pereira, que foi diretor da gestão iniciada em 1986.

Da turma do primeiro mandato de 1983, quando o Sindicato conseguiu se emancipar das garras da ditadura civil e militar, as histórias são marcadas por grandes greves, que marcaram época. Assim como de quem viveu o movimento sindical nas Diretas Já, com o país sofrendo as consequências do autoritarismo: o desemprego e a inflação alta, por exemplo.

Mesmo no final da década de 90, o trabalho na categoria metalúrgica ainda era pesado. Não havia tecnologias que aliviassem a rotina de trabalho. As linhas de produção passaram a produzir lesionados. Lesões por esforços repetitivos e outros adoecimentos decorrentes do trabalho.

Rosecler Rosa de Oliveira foi da diretoria do sindicato por dois mandatos, de 86 a 92. Aposentou-se pela Metalac após trabalhar por 32 anos na empresa. Hoje, psicóloga com clínica própria. Ela lembra que no setor dela só havia mulheres e que uma das batalhas sindicais foi pela redução de peso em cada caixa de parafuso. “Conquistamos a redução para, no máximo 25 quilos”, recorda-se.

Outros dirigentes ressaltaram que além das lutas em Campanhas Salariais já se esboçava também a bandeira pela redução de jornada, por 40 horas semanais.

Homenageados, os ex-dirigentes reforçaram a importância do encontro e do reconhecimento da atual diretoria para com aqueles que contribuíram com o movimento sindical, sendo que o SMetal integra a história de conquistas por direitos do país. “Temos orgulho dessa entidade que, inclusive, participou da fundação da nossa Central Única dos Trabalhadores (CUT), em agosto de 1983”, pontuou o secretário geral do SMetal, Silvio Ferreira.

O ex-presidente do sindicato, Ademilson Terto da Silva, também ressaltou o compromisso do SMetal “que sempre teve como prioridade a organização do local de trabalho”.

Mas, não foram e não são apenas as lutas dentro das fábricas que fazem a história da entidade. O ex-metalúrgico Marcio da Silva Souza, que foi secretário de comunicação do sindicato na gestão de 89, citou a luta do sindicato para a qualidade de vida dos metalúrgicos na sociedade, com o apoio às lutas populares. “Onde havia uma reivindicação por asfalto, lá estava uma faixa do sindicato, o caminhão do sindicato, assim como pela reforma agrária, com o apoio ao assentamento de Iperó, do horto Bela Vista, entre tantas outras”.

“Foi muito acertado o conceito de Sindicato Cidadão e este encontro para reavivar a memória dessa trajetória”, destacou o presidente da Associação dos Metalúrgicos de Aposentados (Amaso), Evanildo Amancio (Miúdo), que parabenizou o secretário de organização Izídio de Brito pela ideia do encontro.

Para Carlos Roberto de Gaspari, um dos organizadores do encontro, que teve participação direta na diretoria do sindicato, exercendo a presidência, até 1998, avalia que o evento cumpriu o objetivo de reencontro, de troca de trajetórias para o engajamento e o fortalecimento do movimento frente aos desafios que estão colocados contra os trabalhadores.

A iniciativa desse primeiro encontro rendeu conversas e a expectativa por novos encontros. “Precisamos manter os contatos e essa união para a troca de experiências e fortalecimento da história do movimento sindical por uma sociedade mais justa, menos desigual”, reiterou o secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito.

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