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Em recuperação judicial, empresa Jaraguá deve sofrer por causa de crise da Petrobras

As notícias de corrupção envolvendo funcionários da Petrobras e empreiteiras prestadoras de serviços devem ter reflexos para a Jaraguá Equipamentos, empresa com sede em Sorocaba

Cruzeiro do Sul

As notícias de corrupção envolvendo funcionários da Petrobras e empreiteiras prestadoras de serviços devem ter reflexos para a Jaraguá Equipamentos, empresa com sede em Sorocaba e que fornece para a estatal brasileira. É que, por conta das denúncias, a Petrobras paralisou a análise e o pagamento de aditivos contratuais, conforme notícia publicada nesta semana pelo jornal Valor Econômico. A medida afetaria a Jaraguá, que teve o pedido de recuperação judicial aprovada no último mês de julho, alegando que precisaria do pagamento de aditamentos pela Petrobras para contornar sua crise. De março a outubro deste ano, a empresa já reduziu seu quadro de funcionários em 43%.

A suspensão do pagamento de aditivos pela Petrobras foi revelada pelas fornecedoras da estatal ao jornal Valor. Apenas a Alumini Engenharia, uma das fornecedoras, tem mais de R$ 1,2 bilhão em aditivos a receber da Petrobras. Ainda conforme a matéria, as empresas que fornecem para a estatal passam por dificuldades financeiras há cerca de dois anos. Os problemas derivam da centralização, pela Petrobras, da aprovação de cobranças adicionais feitas pelas fornecedoras. São esses recursos oriundos da revisão de contratos que, em Sorocaba, são aguardados pela Jaraguá para saldar dívidas trabalhistas e também com fornecedores.

No pedido de recuperação judicial aprovado pela 7ª Vara Cível de Sorocaba, a empresa sediada na cidade faz menção à Petrobras. O argumento, que é um dos que sustentam o pedido de recuperação, é de que a Petrobras rescindiu de maneira unilateral o contrato com a Jaraguá. Até então, a empresa de equipamentos prestava serviços nas refinarias da Petrobras nas capitais Rio de Janeiro, Recife e Maceió.

Conforme o documento, além disso, a Jaraguá espera pelo pagamento de aditamentos pela estatal, porque, quando após o fechamento de contrato de prestação de serviços, houve aumento de preços de produtos e serviços de fornecedores. Assim, o aditamento compensaria os prejuízos com os serviços já prestados. A Jaraguá tem um prazo de seis meses para estabelecer um cronograma de pagamento de fornecedores.

Sindicato

Os problemas financeiros da Jaraguá também se estendem às relações trabalhistas. A empresa demitiu, nos últimos meses, cerca de 260 funcionários, o que corresponde a 43% de seu quadro, conforme o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal). Em março, a empresa tinha em torno de 600 empregados. Esse número foi reduzido para 340 até o último mês, atesta o SMetal.

Os problemas da empresa, contudo, se dá também em virtude de um passivo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Desde 2013, segundo o sindicato, a empresa vem atrasando o depósito desse direito do trabalhador. Além disso, a Jaraguá não concedeu o reajuste do dissídio anual para seus funcionários, embora tenha participado das negociações, informa o SMetal.

A Jaraguá Equipamentos foi procurada pelo reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, para se pronunciar sobre o assunto. Conforme funcionários da empresa, o presidente e porta-voz da empresa, Álvaro Garcia, estava em viagem e não poderia ser contatado.

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