Em 2023, entre janeiro e agosto, 77,7% das negociações de Campanhas Salariais tiveram aumento real nos salários. O levantamento foi feito pelo DIEESE, que analisou 12.014 reajustes salariais, comparando o resultado com o Índice de Preços ao Consumidor (INPC) do período.
Ainda segundo a entidade, em 17% dos casos, o resultado das negociações terminou com a reposição da inflação, sem ganho real nos salários. Já os reajustes abaixo da inflação foram apenas 5,3% das situações analisadas pelo DIEESE. A pesquisa aponta também que, na média, as Campanhas Salariais conquistaram 1,14% de reajuste acima da inflação até o momento.
Os melhores resultados foram observados na indústria, que teve 83,5% das negociações com ganhos acima da inflação do período. Na sequência vem o setor de serviços, que teve 80% das negociações com aumento real nos salários.
No comércio os reajustes acima da inflação foram menores, representando 55% das negociações analisadas pelo DIEESE. Nesse último setor, em particular, nota-se que a incidência menor de reajustes acima do INPC é compensada por uma maior frequência de reajustes iguais a esse índice, o que resulta numa baixa incidência de reajustes inferiores à inflação (4,5%).
O desempenho das negociações pelas regiões geográficas segue apresentando resultados não muito díspares, com maior incidência de ganhos reais nas negociações do Sudeste (82,2%), e menor no Nordeste (69,5%). Quanto aos reajustes abaixo do INPC, estes são mais frequentes no Norte (9,7%) e Nordeste (9,4%), e menos na região Sul (1,3%).
Campanha Salarial da FEM-CUT/SP
Os metalúrgicos da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) seguem na luta por conquistas na Campanha Salarial 2023. A categoria teve 4,06% de perdas salariais com a inflação no período de 1º de setembro de 2022 a 31 de agosto de 2023.
Os trabalhadores reivindicam a reposição integral da inflação e aumento real nos salários. Além disso, lutam pela renovação e ampliação das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs).
Até o momento, as propostas das bancadas patronais não atendem às reivindicações dos metalúrgicos. A FEM-CUT/SP já protocolou aviso de greve e a categoria pode parar a qualquer momento.