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Editorial: Todos contra o vírus

O editorial da Folha Metalúrgica nº 966 trata da crise causada pelo coronavírus, a Covid-19 e da importância de medidas que protejam a economia, garantindo empregos e direitos para os trabalhadores

Histeria, é assim que o atual presidente do Brasil insiste em chamar a crise do novo coronavírus, a Covid-19, que se alastra pelo mundo. Na Itália, já foi ultrapassada a marca de 2.000 mortos; na China, são cerca de 3.200. O Brasil também teve a sua primeira vítima fatal da doença nesta terça-feira, 17, na cidade de São Paulo, cerca de 100 quilômetros da nossa região.

Enquanto todos os países priorizam formas de conter a disseminação do vírus, no Brasil, Jair Bolsonaro incentiva o povo a ir para as ruas defender o fim da democracia e a ele próprio, mostrando egoísmo e irresponsabilidade sem tamanho.

Não é hora de briga de torcida e sim de unir forças para que a situação não se agrave no país. Precisamos reconhecer a importância da política pública de saúde e do sistema universal para toda a sociedade brasileira, o nosso SUS – e fortalecê-lo.

Um das primeiras ações do Governo Federal deveria ser a suspensão imediata do teto de gastos, que retirou perto de R$ 20 bilhões da saúde somente em 2019. Precisamos ainda que os governantes tenham recursos para garantir o atendimento de toda a população, seja na saúde, na assistência social e em programas de proteção ao trabalhador e trabalhadora.

Nós, metalúrgicos e metalúrgicas, minimamente temos um convênio médico, leis que garantem direitos trabalhistas e um Sindicato forte e combativo, como o SMetal, que sempre esteve à frente das negociações pela manutenção do emprego e de medidas para reduzir os impactos de crises na vida do trabalhador.

Preocupados com a saúde dos trabalhadores da categoria, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos decidiu, por tempo indeterminado, alterar a forma de atendimento e até mesmo suspender alguns serviços oferecidos pela entidade.

As assembleias nas portas das fábricas – principal ferramenta de deliberação dos trabalhadores – também estão suspensas no momento, seguindo a orientação da Organização Mundial de Saúde de evitar aglomerações.

Mas e aqueles trabalhadores informais ou intermitentes, que se não trabalham, não ganham, como ficam?! Motoristas de Uber, por exemplo, não podem fazer home office, nem ficar de quarentena ou não serem exposto aos transmissores. Ou mesmo trabalhadores que vendem salgados nas ruas, de porta em porta, ou que têm pequenos comércios. Os governos devem urgentemente olhar por eles e suas famílias.

Neste momento de pandemia, todos podemos contribuir para combater a disseminação do vírus, seja trabalhador, empresário, sindicatos, tomando todas as precauções possíveis. E aos governos, continuaremos cobrando responsabilidade e ações efetivas em defesa da saúde e das vidas dos brasileiros.

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