Nas últimas semanas as assembleias decisivas sobre PPR têm se intensificado, bem como tem aumentado o número de plenárias de trabalhadores, que se reúnem no Sindicato para organizar suas reivindicações específicas por fábrica. Embora a participação dos metalúrgicos nessas atividades recentes tenha sido bastante positiva, é indispensável que os trabalhadores que até o momento se omitiram revejam suas posições.
A tendência para os próximos meses é a realização cada vez maior dessas atividades sindicais. Muitas fábricas ainda estão emperrando as negociações de PPR este ano. E nós já estamos caminhando para o fim do primeiro semestre. O Sindicato também tem dezenas de pautas de reivindicações em andamento nas empresas, cobrando diversas necessidades dos trabalhadores, como grade salarial, transporte, escala de turnos, convênios, etc.
Também é necessário nos prepararmos, desde já, para a campanha salarial deste ano. Para uma boa campanha, é necessário nos organizarmos já nas primeiras discussões de montagem de pauta de reivindicações, que devem começar em breve. Em julho, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM), à qual nosso Sindicato é filiado e integrante da direção, deve entregar à pauta aos patrões.
Embora a data-base dos metalúrgicos seja somente no dia 1º de setembro, esse protocolo antecipado é importante para evitarmos excesso de enrolação por parte dos patrões. Os trabalhadores mais experientes sabem que, qualquer que seja a situação econômica do país ou do segmento produtivo da fábrica, quase todo patrão nega que tenha lucros, alega problemas de mercado e briga contra qualquer centavo de aumento salarial. Era assim na época que o Brasil vivia em crise.
Agora que o País tem uma das economias mais estáveis do mundo, os patrões inventam crises se for necessário. Muitas vezes as entidades patronais contam com ajuda forte das mídias tradicionais para embasar a choradeira em vésperas de campanha salarial. No que diz respeito às cláusulas sociais da Convenção Coletiva, que também serão decididas durante a campanha salarial, a choradeira dos sindicatos patronais não é menor.
Qualquer reivindicação adicional de direitos aos trabalhadores, como jornada menor, é encarada pelos patrões como uma tentativa de lesar a empresa. Eles sempre alegaram – e continuam alegando – que melhorias sociais supostamente tiram a “competitividade” da fábrica diante dos concorrentes. Diante dessa demanda sindical, de interesse direto dos trabalhadores, deixar de participar é prejudicial não apenas ao omisso, mas para toda a categoria.