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Palavra da Diretoria

É hora de mobilização

Leia o editorial da edição 684 da Folha Metalúrgica

Imprensa SMetal

Estimativa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) prevê que a inflação medida pelo INPC, entre setembro de 2011 até agosto deste ano, feche em 5,3%.

Até agora, os patrões dos grupos 2, 8, 10 e Estamparias ofereceram só 5%. Já o Grupo 3 e Fundições devem formalizar propostas nos próximos dias. Os patrões do G3, aliás, estão protelando o diálogo e, por duas vezes, já adiaram as negociações. A mais recente seria dia 31, mas foi desmarcada pelo sindicato patronal. A próxima está agendada para dia 5.

É importante destacar que a FEM/CUT exige não somente a reposição integral da inflação, mas também aumento real, que não tem índice divulgado porque a decisão de cada percentual tem que ser conquistado durante a campanha salarial, com mobilização nas portas de fábrica que, obviamente, tem peso nas mesas de negociação.

O interesse do Sindicato é realizar uma campanha séria e ágil. Vale lembrar que a pauta de reivindicações foi entregue aos patrões no dia 29 de junho, mais de dois meses antes da data-base, que é 1º de setembro. Além disso, as assembleias de mobilização até agora não interferiram na produção e os empresários locais foram chamados para conversar e pedir seriedade aos seus representantes na Fiesp.

A paciência, agora, está no fim. É necessário, contudo, que todos os trabalhadores demonstrem seu descontentamento e participem das ações sindicais. Aliás, diante do cenário favorável do país, graças a série de medidas de estímulo à economia promovidas pela presidenta Dilma Rousseff, os patrões não têm motivos para atender as reivindicações justas dos trabalhadores.

Os empresários, que sempre esbravejaram redução da taxa Selic, agora vêem o indicador em seu patamar mais baixo já registrado em 30 anos. Sem falar em linhas de financiamento, desde caminhões a bens de capital, e prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos, entre outros.
Como se pode ver, os patrões gozam de excelente momento econômico e têm a obrigação de atender às contrapartidas exigidas pelos trabalhadores.

Convém, ainda, destacar que mesmo diante de um cenário econômico amplamente favorável, invejado por todos os países “desenvolvidos” que, agora, à míngua, sofrem com as sequelas da lógica neoliberal, a grande imprensa brasileira, conservadora e de resquício golpista, resiste em noticiar um novo Brasil que se constrói.

Apesar de condenável, é compreensível que grande parte da imprensa, como sempre, se comporte de forma catastrófica e tendenciosa em período de campanha salarial e às vésperas de eleições municipais. Cientes de que os discursos do patrão e as escolhas da velha mídia não são coincidência, os trabalhadores devem estar unidos e mostrar a ambos que desrespeito se paga com mobilização.

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