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Campanha Salarial 2024

Data-base está chegando e metalúrgicos querem aumento real

A partir de setembro, caso os sindicatos patronais não apresentem propostas que contemplem a categoria, o SMetal passará a negociar individualmente com as empresas, estabelecendo um novo patamar para as reivindicações

Gabriela Guedes/Imprensa SMetal
Imprensa SMetal

O o slogan da Campanha Salarial deste ano é “Unidade e luta: vamos conquistar a nossa parte!”.

A data-base determina o dia limite em que a Campanha Salarial deve ser definida. No caso dos metalúrgicos do estado de São Paulo, faltam cerca de 15 dias para o dia 1º de setembro.

Caso não haja propostas a serem apresentadas para os trabalhadores ainda em agosto, a partir de setembro o SMetal passará a negociar individualmente com as empresas, estabelecendo um novo patamar para as reivindicações.

Segundo a FEM-CUT/SP, apesar das mais de 20 reuniões realizadas com os grupos patronais desde junho, apenas um apresentou uma proposta de reposição da inflação, não correspondente às demandas da categoria, que tem pautado o aumento e a renovação de cláusulas sociais que ampliam seus direitos, por meio das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs).

Até o momento, os metalúrgicos somam 3,85% de perdas com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador utilizado nas negociações da Campanha Salarial. Vale lembrar que, até junho deste ano, cerca de 86,1% dos 6.728 reajustes salariais ficaram acima do INPC.

“Então, por que não garantir os reajustes salariais acima da inflação? Não há motivo razoável”, indaga o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira.

Para Silvio, essa morosidade nas negociações e a recusa em valorizar os trabalhadores pode explicar porque 31,1% dos desligamentos que aconteceram na base do SMetal em 2024 foram a pedido do trabalhador, segundo dados do Caged.

Paralelamente, entre janeiro e junho de 2024, a base do Sindicato registrou a criação de 1.239 vagas de emprego. Além disso, na cidade de Sorocaba, o número de pessoas com carteira assinada bateu recorde em junho, alcançando 233.719 trabalhadores. Silvio explica que, havendo mais oferta de empregos, os trabalhadores buscarão empresas que de fato os valorizem.

Os dados sobre o número de pessoas com carteira assinada em Sorocaba são da Rais de 2022, ajustados pelo Caged até junho de 2024, e foram levantados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção dos metalúrgicos de Sorocaba.

Desrespeito com a categoria

Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, é vergonhoso que mesmo após muito diálogo, os sindicatos patronais não tenham se aberto para atender às expectativas dos metalúrgicos.

“Não estamos exigindo nada mais que o justo. Sempre prezamos pelo diálogo com as empresas e os grupos patronais. Reafirmamos nosso compromisso em buscar investimentos para Sorocaba, contribuindo com a geração de empregos e garantindo que eles sejam de qualidade”, finaliza Leandro.

Produção industrial crescendo

A produção da indústria de transformação brasileira cresceu 4,5% entre maio e junho de 2024. No acumulado do ano, entre janeiro e junho, o crescimento foi de 4,9% no estado de São Paulo. Além disso, segundo diversas associações e sindicatos patronais, a previsão é de alta para o restante do ano. Na base do SMetal, por exemplo, os investimentos já anunciados no ramo metalúrgico podem chegar a R$13,5 bilhões nos próximos meses.

Veja, a seguir, o acumulado entre janeiro e junho no estado.

Leia mais: Produção do segmento metalúrgico cresce 5% entre maio e junho

Diálogo e representatividade

Em julho, o SMetal realizou uma reunião com representantes de cerca de 50 fábricas de sua base, onde foram apresentados os números da economia brasileira que retratam um cenário de inflação controlada, aumento do emprego e carteira assinada, diminuição nas taxas de desocupação, recorde de arrecadação e exportação, investimentos na indústria, entre outros.

Outra reunião importante deste período foi da FEM-CUT/SP, também realizada na sede do SMetal, para planejar de forma conjunta os próximos passos da Campanha e, mais uma vez, os sindicatos ligados à Federação sinalizaram a importância de assinar as CCTs em agosto.

“Esperamos que neste ano não se repita o que aconteceu em 2023, quando tivemos que negociar de forma individual com as fábricas, o que foi prejudicial tanto para a categoria, quanto para os sindicatos que representam as empresas”, ressalta Silvio Ferreira.

O diretor reitera que o SMetal está aberto ao diálogo e à negociação até a data-base, prazo que deve ser respeitado. Confira abaixo a linha do tempo das negociações até aqui.

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