O documento foi apresentado na terça-feira, 17, pelos vereadores que integraram a CPI instaurada para investigar as causas do surto de dengue em 2015
A omissão por parte da Prefeitura de Sorocaba em ações de combate e prevenção da dengue foram os principais fatores apontados pelo relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) como causa do surto da doença na cidade no ano de 2015.
O documento foi apresentado na tarde de terça-feira, dia 17, pelos vereadores que integraram a CPI instaurada para investigar as causas do surto de dengue no município, que ocorreu entre os meses de fevereiro e setembro.
O relatório mostra ainda que a epidemia teria causado um prejuízo econômico no valor de R$ 19.267.800, considerando que, dos 52.624 moradores infectados, 17 mil eram trabalhadores do setor produtivo.
O acúmulo de lixo causado pela retirada dos contêineres e o rompimento de contrato com a empresa responsável pela coleta também foi um fator importante no surto de dengue, aponta o relatório.
Dados demonstram ainda que o poder público não investiu adequadamente em ações de orientação ao cidadão sobre como combater a doença e eliminar os focos de mosquito nas residências.
Durante a entrega do relatório, o presidente da CPI, vereador Carlos Leite (PT), destacou a constatação de que havia apenas 79 agentes em trabalho de campo para orientar a população e detectar criadouros do mosquito Aedes aegypti – enquanto o Ministério da Saúde recomenda o número de 230 a 280 agentes para um município do porte de Sorocaba.
O parlamentar salientou que esses funcionários tinham suas funções limitadas apenas à averiguação, sem poderem tomar providencias ativas que evitassem a proliferação mosquito. “A negligência da Prefeitura certamente foi determinante para a epidemia ocorrida na cidade”, afirmou Carlos Leite.
Nova epidemia
O relatório final da CPI da Dengue demonstra ainda a preocupação de um novo surto da doença em 2016. Atualmente há 85 agentes de combate à dengue atuando em Sorocaba e, segundo o Secretário de Saúde, Francisco Fernandes, a contratação de 120 novos agentes deve ocorrer apenas em janeiro de 2016.
“Será mais de um mês de trabalho perdido na prevenção, pois o ano-dengue de 2016 já começou e há casos da doença surgindo praticamente na mesma proporção do ano passado”, critica o vereador Carlos Leite.
O relator da CPI, vereador Luis Santos (Pros), advertiu que a situação pode ser ainda mais grave nos próximos meses. “Estamos dando um sinal de alerta para a administração pública, porque agora há o agravante da febre chikungunya e da microcefalia, doenças ainda mais perigosas transmitidas também pelo Aedes aegypti”, disse.
Além do presidente e do relator, a CPI da Dengue foi composta pelos vereadores Izídio de Brito (PT), Francisco França (PT), José Crespo (DEM), Marinho Marte (PPS), Antonio Silvano (SDD), Helio Godoy (PSD), e Rodrigo Manga (PP).
O relatório será entregue formalmente ao presidente da Câmara, Cláudio Sorocaba I (PR), na sessão ordinária de quinta-feira, dia 19, e em seguida encaminhado ao Executivo e ao Ministério Público.
