Cerca de 30 mil famílias com renda de até R$2.640, deverão ser beneficiadas com a nova modalidade de financiamento para a faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida, anunciada pelo governo federal.
É o FGTS futuro, que na prática, significa que o trabalhador que não tiver rendimento suficiente para comprar a casa própria poderá incluir os depósitos que ainda serão feitos em sua conta individual do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço como acréscimos em seus ganhos para obter condições de financiamento. A Caixa Econômica Federal iniciou nesta segunda-feira, 8, as contratações de financiamentos imobiliários com utilização do FGTS futuro.
Clovis Scherer, economista que assessora a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Conselho do Fundo de Garantia, da qual a entidade faz parte, explica como vai funcionar o FGTS Futuro.
“Basicamente é o seguinte, se uma família vai ao banco interessada em obter o financiamento de imobiliários com o FGTS e o banco, analisando essa condição de crédito, avalia que esse mutuário não tem condições de alcançar o máximo de endividamento, de comprometimento de renda para pagamento de prestação imobiliária, que no Brasil hoje é de 30%, e que ele só pode comprometer 25% da sua renda, esse trabalhador, pode fazer um contrato com o banco utilizando os depósitos futuros na sua conta do Fundo de Garantia para completar esse 5% que faltam para atingir o máximo de financiamento”, exemplifica Scherer.
A partir daí, o banco calcula qual é o valor total que ele vai precisar pagar usando o Fundo de Garantia; deixa esse montante reservado, porque todo mês esse depósito mensal do Fundo de Garantia será usado até o financiamento ser completamente pago.
“Os 8% do valor que são depositados mensalmente serão bloqueados, inclusive, se o trabalhador tiver um recebimento extra, uma diferença salarial do passado, alguma verba que ele tenha maior do que o normal, como por exemplo, o pagamento do Fundo sobre uma ação trabalhista. O valor bloqueado será até o máximo do contratado”, diz o economista.
Ele detalha que se o mutuário, por exemplo, precisar de um empréstimo de R$200 mil, mas com a sua renda ele só consegue financiar R$190 mil, o FGTS futuro servirá como caução para o restante. Até chegar nos R$10 mil que faltam, os valores que entram na conta serão bloqueados.
Novo convênio do SMetal
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) iniciou, em março, uma parceria com a Novvolar Soluções Imobiliárias. Mais um benefício exclusivo aos associados, a ação tem o objetivo de facilitar a realização do sonho da casa própria de trabalhadores e trabalhadoras, por meio do serviço de consultoria imobiliária.
A especialidade da Novvolar Soluções Imobiliárias é o “Minha Casa, Minha Vida”, programa de habitação federal que permite o financiamento de imóveis para famílias com renda mensal de até R$8 mil.
Ao contatar a Novvolar para receber o serviço de consultoria imobiliária, os associados do SMetal devem passar por um processo de entrevista, oferecendo informações como renda salarial, recursos disponíveis e, especialmente, qual é o tipo de imóvel que deseja. A partir disso, a empresa deve compilar as informações e, então, apresentar a melhor estratégia para adquirir a casa dos sonhos.
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Moradia digna
O governo federal destinará R$ 11,6 bilhões para a construção de 112,5 mil moradias, no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) nas modalidades Rural e Entidades. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 10, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o Planalto, o total de unidades selecionadas supera em mais de 140% a meta inicial prevista pelo Ministério das Cidades. O programa dará teto a 440 mil pessoas em áreas rurais e urbanas. Muitas delas localizadas em comunidades tradicionais como quilombolas e povos indígenas; e famílias organizadas pelos movimentos de luta por moradia.
Os grupos mais vulneráveis, como mulheres chefes de família, famílias de áreas de risco, terão prioridades. O Planalto informa que o prazo de contratação das propostas selecionadas será de 180 dias, contados a partir da data de publicação da portaria, mas que poderá ser prorrogado pelo Ministério das Cidades.
*Com informações da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Agência Brasil