A pauta de reivindicações da Campanha Salarial dos Metalúrgicos da CUT 2023, aprovada pela categoria no último dia 23, em assembleia realizada pelo Sindicatos dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), será entregue às bancadas patronais a partir da próxima quinta-feira, 6 de julho, em São Paulo.
Além dos eixos que irão nortear as discussões dos dirigentes da Federação Estadual dos Metalúrgicos em São Paulo (FEM-CUT/SP), as negociações deste ano trazem algumas novidades, especialmente referente à proteção das mulheres trabalhadoras e sobre o teto de reajuste salarial.
Mulher trabalhadora
Em busca de melhorias a busca de cláusulas sociais específicas para as trabalhadoras metalúrgicas, o Coletivo de Mulheres da Federação e do SMetal apresentaram algumas alterações de redação à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do Grupo 2 – bancada patronal com maior participação feminina na qual será negociada a pauta cheia (social e econômico).
Entre elas estão questões inerentes a ausências justificadas, de proteção ao trabalho e, principalmente, sobre plano de carreira. “Uma das nossas principais lutas é para que o período de afastamento devido a licença-maternidade não afete a ascensão da mulher na política salarial da empresa e nem em futuras promoções”, explica a dirigente do SMetal da Flextronics, Nazaré Inocência, coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sindicato.
Fim do Teto do Reajuste
Para 2023, a FEM-CUT/SP definiu ainda o aumento nos tetos salariais com uma das reivindicações referentes à pauta econômica. Segundo o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, a luta do Sindicato dos Metalúrgicos vai além, é pelo fim do teto.
“Quem sempre insiste em colocar teto para o reajuste é o patronal. Sabemos que não será uma luta nada fácil e talvez não dê resultados imediatamente, mas enquanto representantes dos trabalhadores, vamos deixar claro que defendemos aumento nos salários para todos”, assegura.
Campanha Salarial 2023
O tema das negociações deste ano será “A Luta Continua Pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários e da Democracia” e eixos aprovados são: reposição da inflação; aumento real; valorização dos pisos salariais; valorização das Convenções Coletivas de Trabalho; redução de jornada sem redução de salário e redução dos juros.
Desde a última data-base, entre setembro e junho, a categoria acumula 4,05% de perdas com a inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do mês de junho será divulgado no dia 11 de julho.
Balanço das negociações
Dados apurados pelo Dieese demonstram que 93,7% dos reajustes salariais conquistados por metalúrgicos representados por sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) no país tiveram aumento real, ou seja, acima da inflação do período. O balanço leva em consideração apenas os Sindicatos com data-base até o fim do mês de maio.
Quando analisadas as negociações gerais, de todas as categorias e centrais sindicais, o índice é de cerca de 88% com reajuste acima do INPC. Resultados iguais à inflação da data-base foram observados em 11% das negociações e apenas 0,5% fecharam abaixo do índice de preços. No estudo, foram consideradas 759 negociações.