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Metalúrgicos da CUT

Campanha Salarial 2023: negociações começam dia 1° de agosto

Pauta já foi entregue pela FEM-CUT/SP aos grupos patronais e discussões devem começar em agosto; 75% das negociações pelo Brasil tiveram reajuste acima da inflação, diz Dieese

Imprensa FEM-CUT/SP
José Cruz/Agência Brasil

Segundo o Dieese, aproximadamente 10% dos reajustes conquistados entre janeiro e junho de 2023 tiveram ganhos reais acima de 3%

A Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) está em Campanha Salarial. A pauta de reivindicações, aprovada por toda categoria, já foi entregue para as bancadas patronais, que neste momento estão analisando as reivindicações. Em seguida, terão início as negociações, que estão previstas para começar dia 1° de agosto.

Até o momento, os metalúrgicos acumulam 3,94% de perdas com a inflação, considerando o período entre setembro de 2022 e junho de 2023. A data-base da categoria é em 1º de setembro.

Na Campanha Salarial 2022, as negociações da FEM-CUT/SP e dos 13 sindicatos filiados garantiram acordo de ao menos 9% de reajuste salarial – valor acima da inflação do período – para cerca de 200 mil trabalhadores em todo o Estado de São Paulo.

“Em 2022, tínhamos um cenário de grande instabilidade, tanto política e econômica, causado principalmente pela condução desastrosa do governo de Jair Bolsonaro. Ainda assim, tivemos firmeza nas mesas de negociação para garantir a valorização da categoria e, junto do apoio dos trabalhadores em todo o estado, tivemos esse resultado positivo”, destaca Erick Silva, presidente da entidade.

Ele completa que, este ano, a luta não será diferente. “Nossa pauta já está com os patrões e as negociações começam em breve. Esse processo nunca é fácil e é preciso que toda categoria esteja pronta para apoiar e dar forças para a Federação e para os seus sindicatos nessa caminhada. Vamos, juntos, buscar mais uma Campanha Salarial vitoriosa”.

Negociações no Brasil

As negociações de reajuste salarial pelo Brasil seguem um quadro favorável no primeiro semestre de 2023. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mais de 75% das datas-bases negociadas no período tiveram reajuste acima da inflação.

A pesquisa aponta que aproximadamente 10% dos reajustes conquistados entre janeiro e junho de 2023 tiveram ganhos reais acima de 3%. Desses, 25% foram superiores a 5%.

Para o DIEESE, a queda da inflação, os reajustes do salário mínimo (em janeiro e maio), a criação de empregos formais e mudanças nas expectativas dos indicadores econômicos são os principais fatores que contribuíram para os resultados positivos do semestre.

Dados de junho

O DIEESE também analisou 220 negociações com data base em junho. Os dados apontam que 85,9% tiveram como resultado ganhos reais nos salários. A conta leva em consideração o Índice Nacional de Preços Consumidor (INPC) do período.

Ainda de acordo com o DIEESE, negociações de junho que tiveram resultados iguais a inflação foi de 12,3% e abaixo dela, apenas 1,8%.

No recorte por categorias selecionadas nas últimas 12 datas-bases, destacaram-se as negociações dos trabalhadores e trabalhadoras no ramo do vestuário e calçadista, ambos com mais de 85% de resultados acima do INPC; e pelas categorias dos rurais, metalúrgicos, trabalhadores da construção e mobiliário e dos transportes, todas com ganhos reais em mais de 70% dos casos analisados no período.

Em relação aos pisos das categorias selecionadas para junho, os maiores valores médios nos últimos 12 meses foram observados nas negociações dos trabalhadores na indústria do papel (R$ 1.717,41) e na metalúrgica (R$ 1.707,21).

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