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Artigo: “Representatividade importa!”, por Leandro Soares

Na edição 1023 da Folha Metalúrgica, o presidente do SMetal fala sobre o empenho nas negociações por empresa; já são cerca de 170 acordos fechados

Leandro Soares, presidente do SMetal - publicado na Folha Metalúrgica n° 1023
Gabriela Guedes/Imprensa SMetal

Leandro Soares durante assembleia na ZF, empresa da qual é trabalhador e onde iniciou sua luta em prol da categoria, há mais de 15 anos

Você sabia que a sua empresa tem um sindicato que a representa? Os chamados “patronais” são os responsáveis por negociar com a gente – o sindicato dos trabalhadores – as Convenções Coletivas de Trabalho (CCT) e reajuste salarial quando chega a data-base da categoria.

O que temos visto na Campanha Salarial de 2023 é que essa “representatividade” é questionável. Isso porque mesmo com inúmeras tentativas de negociação por parte da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP) e os sindicatos filiados, os patronais não quiseram avançar no diálogo conosco.

Em alguns grupos, os patrões sugeriram uma proposta com menos do que a inflação (4,06%) de reajuste salarial e, em outros, até 5% de reajuste, o que seria abaixo do que almejamos. E que, em todos os sentidos, foi reprovado pelos sindicalistas em mesa e reafirmado em assembleia pelos trabalhadores.

Diante da recusa das bancadas patronais em atender as demandas dos metalúrgicos de São Paulo, que é a reposição da inflação mais 2% de aumento real, o SMetal começou a negociar empresa por empresa e percebeu o seguinte: existe vontade para negociar por parte das fábricas, mas não podemos falar o mesmo do sindicato patronal que as representa.

Para nós, enquanto sindicato de trabalhadores que tem como prerrogativa que seus representados sejam ouvidos, respeitados e levados a sério, é surpreendente (de modo negativo) o jeito que o patronal se porta diante das empresas – suas principais representadas.

O que fica para nós é o questionamento interno: será que as fábricas estão se sentindo verdadeiramente contempladas pela atuação dos sindicatos patronais?

Independente de qual seja a resposta, o que pleiteamos é um reajuste digno para os nossos trabalhadores. Os problemas entre patronal e fábrica precisam ser resolvidos entre eles.

Enquanto isso não acontece, nosso Sindicato – que é atuante e combativo então merece esse “s” maiúsculo – faz suas negociações por fábrica. Por aqui, já negociamos com quase 170 empresas da base. Além de ter garantido o reajuste salarial dos companheiros, também houve renovação das importantes cláusulas da CCT.

Representatividade é isso. Muitos querem, poucos têm.

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