É bem simples: João, metalúrgico, recebe um dinheiro extra. Com esse recurso, ele aproveita para pagar uma dívida que estava represada, consome no mercado do seu bairro, compra roupas para os filhos na loja do centro da cidade e até investe. Essa situação hipotética é uma forma de explicar como o PPR dos metalúrgicos gera uma reação em cadeia e movimenta a economia.
Somente em 2023, o Programa de Participação nos Resultados (PPR) deve injetar cerca de R$ 245 milhões na economia de Sorocaba e região. A partir das negociações realizadas pelo SMetal, os metalúrgicos de diversas empresas têm acesso a este benefício que chega como uma verba extra – mas muito justa – já que se trata, em linhas gerais, da parcela que cabe ao trabalhador dos resultados das empresas.
E quem se beneficia dessas negociações? Além dos companheiros metalúrgicos, o comércio local, os pequenos e microempreendedores, até mesmo os credores de plantão! Claro que nenhum dinheiro entra na conta do trabalhador sem que exista muita luta e resistência por parte do Sindicato, por isso a entidade não mede esforços na hora de realizar esse enfrentamento.
Além de fazer a luta em Sorocaba e região, o Sindicato também já cruzou o Atlântico em busca de investimentos para sua categoria. Em 2019, estivemos no Japão, na Toyota, lutando para implantação da plataforma TNGA – importante mecanismo de produção de novos carros. À época, a articulação sindical trouxe investimento de R$ 1 bilhão por parte da montadora. Resultado: geração de emprego, aumento de produtividade e crescimento de renda.
Neste ano, também estivemos nas cidades japonesas Kyoto, Shizuoka, Toyota e Tokyo, em visita ao Grupo Koito, para mostrar como a gente negocia. Apresentamos ferramentas que são utilizadas pelo SMetal quando o assunto é defender os direitos da categoria. Na ocasião, investimentos e futuros projetos do grupo no Brasil também foram discutidos.
Agora, nesta última semana, nos reunimos com lideranças da Gestamp, na Espanha, para estreitar relacionamento entre Sindicato e empresa, visando trazer investimentos futuros do grupo para o Brasil. Também pudemos entender o formato do código de ética e ações em prol da diversidade que são executadas pela fábrica.
São diversas agendas, lutas e defesas. Em cada uma delas, usamos ferramentas específicas para o tipo de batalha a ser conquistada. Se é preciso diálogo, conversamos. Se a pauta é fazer girar a economia, nós negociamos. Se é preciso pressionar por melhorias, então paralisamos a produção. Fazemos o que for necessário pela nossa categoria, os metalúrgicos, mas a luta é por todos os sorocabanos.
Por Leandro Soares