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Após levante fascista, MPL não vai mais convocar atos em São Paulo

Cenas de vandalismo e intolerância entre os próprios manifestantes no Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Belém e Brasília fazem alguns movimentos reavaliarem a organização dos atos

Imprensa SMetal
Milhares de manifestantes lotam a rua Álvaro Soares no Centro de Sorocaba

Milhares de manifestantes lotam a rua Álvaro Soares no Centro de Sorocaba

Enquanto o tom pacífico marcou o ato em Sorocaba, em vários outros municípios do país as manifestações foram tomadas por atos de violência. Ao todo houve atos em 75 cidades, que mobilizaram cerca de 1 milhões de pessoas.
Cenas de vandalismo e intolerância entre os próprios manifestantes chocaram muitos brasileiros no Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Belém e Brasília, entre outras cidades.

Em São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL), que liderou a mobilização vitoriosa de redução da tarifa na capital, divulgou nesta sexta, dia 21, que não vai convocar novos atos. “O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação” da mesma forma que “repudiamos a violência policial”, diz um trecho da nota divulgada pelo movimento.

Não ao fascismo

Membros de vários outros movimentos e ONGs de São Paulo chegam a afirmar que há riscos de o fascismo tomar conta dos movimentos atuais, caso permaneçam sem foco, discriminatórios e antidemocráticos (ao rechaçarem a participação de organizações sociais e partidos legitimamente constituídos).

“Não é o momento da divisão. É hora de evitar o que existe de pior na face da terra, pior é o fascismo. A história do vandalismo [durante os atos] é para justificar a ação fascista”, afirmou à imprensa Luiz Gonzaga da Silva, do Movimento de Moradia em São Paulo.
Em Sorocaba, o professor Marcos Francisco Martins, professor da UFSCar e coordenador do Fórum de Movimentos Sociais tem a mesma preocupação quanto à apropriação das manifestações pela direita conservadora.

Sim à democracia

Para Martins, o momento é justamente de disputa política “daí a necessidade de diferentes ‘partidos’ (os oficializados e institucionalizados ou não) debaterem democraticamente sobre os rumos do movimento e do que pretendem para a nação, sem a tentativa de negação de um pelo outro, o que deve ser feito também nas ruas, e não apenas nas redes sociais”.

“Até mesmo porque, historicamente, esse processo de negação partidária resultou em uma das maiores mazelas históricas que a humanidade já assistiu: o fascismo”, afirma o professor da UFSCar de Sorocaba.

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