É falsa a alegação de alguns empresários metalúrgicos de Sorocaba de que foram pegos de surpresa pelos protestos de trabalhadores esta semana. Os comunicados de greve, instrumentos jurídicos que legalizam as paralisações, foram protocolados junto aos representantes patronais entre os dias 4 e 5 de setembro.
O aviso de greve ao Grupo 2, por exemplo, foi entregue pela FEM/CUT à bancada patronal no último dia 4. Os demais grupos em negociação (3,8,10, Fundição e Estamparias) receberam oficialmente o comunicado no dia 5, quarta-feira.
Mas esses avisos jurídicos apenas legalizaram o risco que os patrões sabiam estar correndo bem antes, ao adiar soluções para a campanha salarial.
Pauta em junho
A pauta de reivindicações dos metalúrgicos da FEM/CUT foi entregue aos patrões no dia 29 de junho, dois meses antes de vencer a data-base, que é em 1º de setembro. “Se as negociações não avançaram desde então, a culpa não foi dos trabalhadores, nem da Federação (FEM)”, avalia João Farani, vice-presidente do Sindicato em Sorocaba e secretário- geral da FEM.
Outra providência tomada pelo Sindicato em Sorocaba foi realizar uma reunião com os empresários locais em 21 de agosto. Os sindicalistas pediram que as empresas procurassem seus representantes na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e cobrassem seriedade nas negociações salariais deste ano.
