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Pagaram para ver …

"Uma das virtudes dos metalúrgicos, além de contribuir para o desenvolvimento do país, é manter sua consciência de classe"

Imprensa SMetal

Os empresários de Sorocaba literalmente pagaram para ver a reação dos metalúrgicos aos 5% de reajuste salarial que eles ofereceram este ano. Os trabalhadores da categoria reagiram como de costume frente à provocação e ao desrespeito: pararam a produção.

Se as máquinas pararam por algumas horas devido aos protestos e isso acarretou algum prejuízo aos patrões, o preço pago foi justo, do tamanho da aposta feita por quem duvidou da capacidade histórica desta categoria profissional.

Uma das virtudes dos metalúrgicos, além de contribuir para o desenvolvimento do país, é manter sua consciência de classe. É essa consciência que faz o metalúrgico reconhecer o valor real do trabalho, que provoca a indignação diante da exploração patronal e das injustiças de maneira geral, além de incentivar o metalúrgico a valorizar as lutas e conquistas coletivas.

As paralisações que ocorreram esta semana em diversas fábricas e em locais públicos da cidade, como a avenida Victor Andrew e o Parque das Águas, são resultados do descaso dos empresários, que deixaram de cobrar agilidade e seriedade da Federação das Indústrias dos Estado de São Paulo (Fiesp), que congrega os grupos patronais metalúrgicos.

Por mais que a mídia golpista, como a Globo e a Veja, tente “queimar” a presidenta Dilma criticando sua política econômica, nas fábricas percebe-se que o nível de produção e vendas é muito bom e tende a melhorar ainda mais. Por isso, o trabalhador não vai aceitar migalhas.
Essa mesma mídia tentou queimar o expresidente Lula. Os patrões na época também tentaram usar as manchetes negativas como justificativa para barrar reajustes salariais. Mas os metalúrgicos sempre conquistaram aumentos reais de salários. E o Brasil só cresceu e se desenvolveu desde então.

Não há porque nos calarmos este ano diante das mesmas artimanhas patronais e da elite arcaica da cidade, da região e do país. Poderíamos ter chegado ao dia 1º de setembro, que é a nossa data-base, com a campanha salarial resolvida. Até porque, a data-base existe para isso mesmo, para servir de data-limite para a assinatura das Convenções Coletivas, que incluem os reajustes de salários anuais.

Nas últimas semanas, o Sindicato em Sorocaba e a FEM/CUT deram vários sinais do que poderia acontecer em caso de impasse nas negociações. Foram feitas assembleias de mobilização. Depois, paralisações com prazo determinado. Na próxima semana, pode haver greve. Será que os patrões vão continuar pagando pra ver?

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