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Descontentes com salários, trabalhadores param produção na YKK

Após paralisação, empresa marou reunião para a manhã desta sexta-feira, dia 21, com o Sindicato dos Metalúrgicos

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Hoje, trabalhadores lancharam e almoçaram em frente à fábrica à espera da abertura de negociações

Hoje, trabalhadores lancharam e almoçaram em frente à fábrica à espera da abertura de negociações

As três divisões da metalúrgica YKK, instalada na zona industrial de Sorocaba, estão com a produção parada desde a manhã desta quinta-feira, dia 20. Descontentes com o reajuste salarial de 10% oferecido pela empresa, os trabalhadores do primeiro turno e setor administrativo (turmas A e B) decidiram cruzar os braços depois que a empresa cancelou uma reunião agendada com o Sindicato para o final da tarde de ontem, quarta, 19.

No início da tarde, os trabalhadores do segundo turno (turma C), em assembleia na porta da fábrica, também decidiram pela continuidade da paralisação e voltaram para suas casas sem entrar para o trabalho.

Nos três turnos já parados trabalham cerca de 650 metalúrgicos. Ainda hoje, dia 20, o Sindicato vai realizar nova assembleia na fábrica, às 21h30, desta vez com o terceiro turno (turma D), que opera com cerca de 50 funcionários. O objetivo é pedir a adesão também desses trabalhadores ao protesto por reajustes salariais melhores na fábrica.
A YKK tem três unidades em Sorocaba (Zíper, Alumínio e Mecânica). Trabalhadores das três divisões aderiram ao movimento.

As negociações salariais com a YKK se arrastam desde o dia 1º de setembro, quando venceu a data-base da categoria.

Reivindicações
A empresa insiste em dar apenas 10% de reajuste salarial, “sem nenhum complemento. Isso deixou os trabalhadores descontentes e eles decidiram pela greve”, diz o dirigente sindical João de Moraes Farani.

O sindicalista acrescenta que os trabalhadores esperam um índice melhor [que 10%], “ou pelo menos um abono salarial como a maioria das empresas do porte dela fizeram quando o índice não avançou além dos 10%”, completa o dirigente sindical e integrante do Comitê Sindical de Empresa (CSE) na YKK, Rubens Sanches, o Rubão.

Recentemente a YKK já enfrentou protesto dos funcionários por também ficarem descontentes com as propostas iniciais de PPR oferecidas pela empresa.

Negociações amanhã
Após a paralisação de hoje, a empresa aceitou marcar nova rodada de negociações com o Sindicato para às 8h desta sexta-feira, dia 21. “Caso a reunião de amanhã resulte em alguma proposta concreta para os trabalhadores, vamos levar a discussão para nova assembleia. Até lá, a greve continua”, afirma Rubão.

Adesão
“Há muitos anos não se via uma mobilização tão intensa na YKK. Inclusive o setor administrativo, engenharia, técnicos aderiram à luta por valorização salarial na empresa. Todos os trabalhadores estão de parabéns. Agora fábrica terá que respeitar nossas reivindicações”, afirma Farani.

“Quase não to acreditando. É bonito de ver essa união. Agora entendo porque o Sindicato diz que unidos somos mais fortes”, comentou, no início da tarde um funcionário do setor administrativo que prefere não se identificar. No momento do comentário, centenas de trabalhadores dos turnos da manhã e da tarde estavam reunidos em assembleia em frente à fábrica.

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