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EDITORIAL: Muito além da propaganda

Editorial da Folha Metalúrgica nº 926 alerta para a propaganda sobre a necessidade da Reforma da Previdência. Não se trata apenas de lutar pela aposentadoria, mas também pelos auxílios acidente, doença e licença-maternidade

Imprensa SMetal
Arquivo/Foguinho Imprensa SMetal
Movimentos sociais e sindicais já foram várias vezes às ruas para protestar contra medidas que reduzem direitos

Movimentos sociais e sindicais já foram várias vezes às ruas para protestar contra medidas que reduzem direitos

Temer já tinha gastado mais de R$ 110 milhões em propaganda nas mídias para defender a Reforma da Previdência, valor que daria para construir escolas e postos de saúde. Mas a campanha que continua a ser feita e que afirma ser necessária a reforma pela previdência ser “deficitária” não passa de uma cilada.

Da mesma forma, falavam que a Reforma Trabalhista precisava ser feita para garantir a criação de mais postos de trabalho. Hoje, o Brasil conta com 12% da população sem emprego e com crescimento nos empregos informais, precários e subutilização da mão-de-obra.

Querem, mais uma vez, passar a perna nos trabalhadores. O economista guru de Bolsonaro, Paulo Guedes, implantou a Previdência Privada no Chile. Após 35 anos da reforma percebem o erro cometido. Os aposentados recebem apenas um terço do que a previdência pública pagava. Houve mais de 80% de aumento no índice de suicídio na velhice, porque os idosos não querem se tornar um incômodo para os filhos e demais familiares.

Tem gente que acredita que é necessária a Reforma da Previdência. A proposta que está sendo discutida como possível projeto da reforma é a de capitalização, da iniciativa privada.

Nós, da diretoria do SMetal, chamamos o secretário-geral da CUT, João Cayres, para abordar a reforma neste sábado, dia 9, e ele deixou claro: vai no banco e faz a simulação. Homem simula a aposentadoria com 35 anos de contribuição e mulher, 30 anos. Perguntem: Quanto vocês vão me pagar? É um terço do que receberia na previdência atual.

A questão da previdência não é só aposentadoria. Quem sofre um acidente de trabalho pode depender do INSS, que também concede a licença-maternidade. Se a reforma de Bolsonaro for aprovada, o trabalhador e a trabalhadora que se virem.

Um exemplo simples: atualmente, você contribui com 10, o patrão com 20 e na sua conta individual você fica com 30. Com a proposta de Bolsonaro, o patrão não contribuiria com nada e o banco ainda te cobraria uma taxa de 4% para administrar a sua conta.

Sabe quanto o Brasil, ou seja, a União, tem a receber da Dívida Ativa? São praticamente 1 trilhão de sonegação de grandes empresas, que não vão para os cofres públicos porque não investem em fiscalização.

Sabemos o quanto pagamos de juros em cheque especial e em cartão de crédito. O Brasil se legalizou na usura (especulação, na agiotagem). Em nenhum país do mundo cobra-se 200% ao ano de juros. Somente no Brasil! Agora, querem dar ainda mais lucro para os bancos com a tal proposta de capitalização.

Já somos reféns dos bancos porque temos contas a pagar. Vamos permitir que nossa aposentadoria também fique à mercê dos banqueiros? O volume do Itaú, por exemplo, é de R$ 19 bilhões. Não tem prejuízo no sistema financeiro! Mas e nossas vidas? Valemos quanto pro capital? Por que toda mordomia ao capital financeiro e só chicote para o trabalhador? Precisamos dizer não à Reforma da Previdência!

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