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Contra o Racismo, esta luta é de todos nós!

Desce de um dos carros, um empresário, como se fosse o dono do mundo, agressivo e sem nenhuma disposição de diálogo, parte pra cima do idoso

José Carlos Triniti Fernandes (Presidente municipal do PT Sorocaba)

Numa terça-feira, 19 de abril de 2011, em uma esquina com a rua Souza Pereira, dois carros se envolvem em um acidente de trânsito. Desce de um dos carros, um empresário, como se fosse o dono do mundo, agressivo e sem nenhuma disposição de diálogo, parte pra cima do idoso, querendo que o mesmo pague mil e quinhentos reais pelo dano em seu carro.

Na mesma rua, há um salão de beleza. A proprietária, vendo o que estava ocorrendo, saiu de seu estabelecimento e foi até o local para pedir calma ao empresário, pois o idoso aparentava estar passando mal com aquela situação. Dizia ainda que havia a forma correta de ressarcimento, caso se sentisse lesado. O alvo do empresário passou, então, a ser a cabeleireira, agredindo-a verbalmente com palavras como: “negra” e “macaca”. Inclusive, disse que ela deveria “pegar um avião de volta para a África”, que “lá era o lugar dela”. Neste momento passava uma viatura da Polícia Militar, cuja presença foi requisitada. O empresário foi preso em flagrante pelo crime de racismo, com agravante devido à ‘agressão’ ao idoso também.

Este é um crime inafiançável e, portanto, deveria o empresário estar preso ainda. Mas não foi o que aconteceu. O mesmo foi solto vinte e sete horas após a prisão. Diante disso, uma série de manifestações passou a acontecer na cidade. No dia 30/04, no centro, houve um ato organizado pelo Conselho Municipal do Negro, presidido por Márcio Roberto dos Santos e apoiado por várias entidades, políticos e movimentos populares nos chamando para a luta contra o racismo e pelo cumprimento da lei. “A nossa cidade tem como slogan “cidade saudável, cidade educadora”. Então, temos que educar as pessoas também quanto à igualdade racial. Porque o racismo está presente no dia-a-dia da nossa sociedade e nós precisamos combater isso, unidos”, disse Márcio.

Ressalto ainda a coragem desta cidadã, que não se intimidou diante de posição tão arrogante, racista e preconceituosa do referido empresário. Infelizmente, a lei foi desrespeitada mais uma vez, nos deixando em posição duvidosa neste lamentável episódio, que todos nós repudiamos. A viatura levou o cidadão, o delegado o prendeu por crime de racismo, não cabendo pagamento de fiança. Por que a liberdade em vinte e sete horas? Continuaremos cobrando o

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