Ao menos onze policiais militares do 7º Batalhão da PM de Sorocaba, armados com escopetas, bomba de efeito moral e gás de pimenta, pressionaram um grupo de sindicalistas que lideravam uma paralisação na portaria da metalúrgica Tera Metais, instalada na zona industrial de Sorocaba, na manhã desta quinta-feira, 17.
Além da pressão, alguns soldados se intrometeram no trabalho sindical, ao se aproximarem dos trabalhadores para interrogá-los se eles queriam trabalhar ou participar do ato. “Você já pensou a situação do trabalhador sendo questionado por um soldado com uma escopeta não, e ao lado do dono da fábrica, se ele quer trabalhar ou não? Isso não tem cabimento. Não é papel da polícia”, denuncia o dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho.
Em fase de transferência para cidade de Itatiba, a empresa mantém poucos trabalhadores em Sorocaba. “Boa parte já foi para lá. O número que está em Sorocaba talvez não seja maior que o número de policiais que apareceram hoje na porta fábrica”, ironiza Verdinho.
Depois de mostrar o forte aparato, os policiais ainda chegaram a dizer que iriam “usar a força”, “mas os trabalhadores e os sindicalistas tiveram juízo e não aceitaram a provocação”, completa Verdinho.
A paralisação
Os trabalhadores da Tera Metais decidiram por paralisar a produção na manhã desta quinta, 17, por vários motivos. Entre eles estão o atraso no pagamento da segunda parcela do PPR de 2010 e a falta de definição sobre a mudança da empresa de Sorocaba.
Em fase de transferências, muitos trabalhadores preferem ser demitidos a mudarem de cidade, mas a empresa não os demitem. Ela quer que os funcionários peçam a conta.
O protesto terminou às 14h sem nenhum incidente.