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Economia

Venda de veículos novos inicia recuperação

O ritmo de queda nas vendas de veículos zero quilômetro diminuiu nos últimos dois meses em Sorocaba, aponta a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave)

Jornal Cruzeiro do Sul
Luiz Setti

Quantidade de veículos em 2016 ainda deverá ser menor que no ano passado

O ritmo de queda nas vendas de veículos zero quilômetro diminuiu nos últimos dois meses em Sorocaba, aponta a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os emplacamentos de maio superaram em 2,1% o mês anterior, com um total de 1.113 unidades de todos os segmentos comercializadas. Abril já tinha registrado alta de 3,4% em relação a março, com 1.090 veículos vendidos. Os resultados representam a chegada no fundo do poço para o economista Raphael Galante, especialista em mercado automotivo. A expectativa é de que até o fim do ano, a redução nas vendas de veículos novos orbite em torno de 15%, na comparação com 2015.

Dos 1.113 veículos comercializados em Sorocaba no mês passado, 770 foram automóveis e 104 comerciais leves. Segundo a Fenabrave, o emplacamento de motocicletas chegou a 234 unidades em maio. Apenas cinco caminhões entraram nos cálculos e nenhum ônibus foi emplacado no período. O resultado, no geral, é 21,67% menor do que em maio de 2015. Naquele momento, a cidade comercializou 1.421 veículos, sendo 1.059 apenas automóveis. O segmento de comerciais leves havia emplacado oito unidades, enquanto o de motocicletas chegou a 229. Maio do ano passado teve ainda 18 caminhões e sete ônibus vendidos.

No acumulado de janeiro a maio deste ano, a queda nas vendas de veículos foi de 26,84%, na comparação com igual conjunto de meses de 2015. Até o fechamento do mês passado, as concessionárias locais venderam 5.763 veículos de todos os segmentos. Enquanto isso, no ano anterior, haviam sido 7.310 emplacamentos de janeiro a maio.

O redução das vendas de 2015 para 2016, no acumulado destes cinco meses, apesar de forte, ocorre em ritmo menor mês após mês, avalia Galante, da Oikonomia Consultoria Automotiva. Segundo ele, a retração nas vendas de automóveis e comerciais leves no acumulado de janeiro a maio é menor do que a comparação entre os primeiros quadrimestres de 2015 e 2016. O economista cita que, no primeiro bimestre, a queda era de 31%; passou para 28% na comparação trimestral; chegou a 27%, na análise do quadrimestre; e agora caiu a R$ 26%.

Fundo do poço

A perspectiva do futuro, a partir de agora, é de que a comparação entre o primeiro semestre deste ano e de 2015 aponte para uma retração de 25% nas vendas. “Até fim do ano, vamos ter 15% de queda em autos e comerciais leves, de acordo com a média”, afirma o economista. Mas isso não significa que o mercado automotivo está voltando a crescer. Pelo contrário, o que está acontecendo é a chegada no fundo do poço, destaca Galante.

Para o gerente de veículos novos da Renault Valec Sorocaba, José Germanos, se existiu um fundo do poço, certamente, foi em maio. As vendas na concessionária, ele diz, caíram 30% na comparação entre maio de 2015 e maio deste ano. O mês de junho, por outro lado, tem representado alívio. “A Renault tem condições diferenciadas, com entrada de 1% e juros de 1,25%, neste mês, e já vendemos (até segunda-feira, dia 13) 80% de todo o mês passado”, revela.

Para a concessionária, junho será o melhor mês do ano. O gerente arrisca, além disso, que o cenário mudou e ficou um pouco mais positivo, embora ainda não tenha consumo. “Há uma demanda represada de pessoas interessadas em mudar de carro, mas que aguardam uma oportunidade”, avalia.

Sobre o futuro

A depender dos rumos da economia brasileira, a análise do economista é de que o mercado automotivo tenha uma variação de crescimento entre 2% negativo e 2% positivo em 2017. “Dependendo das circunstâncias, 2017 vai esboçar crescimento, mas um crescimento vai ocorrer mesmo em 2018”, acredita ele, citando apenas os segmentos de automóveis e comerciais leves, que representam a maior parte dos números.

A perspectiva é de que o segmento de caminhões e ônibus retome apenas no fim de 2018 e decorrer de 2019. “O empresário vai se capitalizar em 2018 para fazer investimento depois”, considera Galante. Por outro lado, dada a necessidade de todo o País de renovar a frota de ônibus e caminhões, ele ressalta que o crescimento desse setor deve ser forte.

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